BANCÁRIOS
Carência de trabalhadores chega perto de 20 mil e pode afetar população
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Mais de dois mil bancários da Caixa Econômica Federal aderiram ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) aberto este ano pelo banco para a redução do quadro de pessoal da instituição, responsável pelo pagamento do auxílio e do FGTS emergenciais além de outros benefícios a mais de 120 milhões de pessoas. Com a saída destes milhares de empregados pelo PDV, o déficit de trabalhadores da empresa pública se aproxima de 20 mil, colocando em risco real a capacidade e a qualidade da assistência à sociedade, conforme alerta a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae).
Até o encerramento do PDV no último dia 20, o déficit no quadro de pessoal da Caixa já superava 17 mil profissionais. A empresa, que chegou a ter 101,5 mil trabalhadores em 2014, conta atualmente com 84,2 mil empregados. Apesar disso, o banco trabalhava com a estimativa de desligamento voluntário de 7,2 mil trabalhadores, este ano.
“Felizmente, a quantidade de desligamentos [2,3 mil, segundo a direção da Caixa] não atendeu às expectativas. Mas o impacto vai ser grande”, adianta o presidente da Fenae. “O banco precisa de mais trabalhadores”, reforça Takemoto.
Na quarta-feira (25), a Fenae e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Confraf/CUT) lançaram um abaixo-assinado em defesa de contratações na estatal. O documento já conta com 873 assinaturas. “A Caixa precisa de mais empregados para atender bem a população brasileira. Mais empregados para a Caixa. Mais Caixa para o Brasil”, destaca o abaixo-assinado.
Esta semana, durante a apresentação dos resultados do banco no terceiro trimestre deste ano, o presidente da instituição, Pedro Guimarães, disse que o desligamento dos 2,3 mil bancários “dá uma economia da ordem de R$ 580 milhões por ano". A conselheira de Administração da Caixa (CA/Caixa), Rita Serrano, observa que a perda dos empregados “tem um custo”.
“Se para o banco isso é uma economia, para os trabalhadores é uma perda em saúde, qualidade de vida e trabalho. É um absurdo”, afirma. “Entendo que a Caixa precisa repor essa mão de obra para continuar sendo um banco fundamental para o país e ter condições de atender a população; inclusive, em situações de calamidade pública, como agora”, emenda Serrano.