Economia

Economista vencedor do Nobel se refere à taxa de juros no Brasil como “chocante”

Joseph Stiglitz disse que o país sobreviveu a uma "pena de morte" ao falar sobre os juros
Por Com Agências 20/03/2023 - 20:18
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Reprodução
O vencedor do Nobel em Economia em 2021 Joseph Stiglitz
O vencedor do Nobel em Economia em 2021 Joseph Stiglitz

Prêmio Nobel de Economia em 2001, o americano Joseph Stiglitz disse que o Brasil vem sobrevivendo a uma “pena de morte” ao se referir à alta taxa de juros no país, que classificou como “chocante”. A declaração foi dada nesta segunda-feira, 20, durante o seminário “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século 21, que aconteceu na sede do BNDES, no Centro do Rio de Janeiro.

"O problema que todo mundo fala aqui no Brasil, já ouvimos várias vezes, é a taxa de juros. A taxa de juros reais de vocês é realmente chocante. Os números que vocês estão falando a respeito (...) são um tipo de taxa de juros capaz de matar qualquer economia. Na verdade, eu acho notável que o Brasil tenha sobrevivido ao que normalmente seria uma pena de morte", disse.

A taxa de juros hoje está em 13,75% e a de juros reais atingiu 8,52% ao ano. A taxa de juros real é calculada com abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses, sendo considerada uma medida melhor para comparação com outros países. Para Stigiltz, o Brasil sobreviveu porque conta com bancos estatais de desenvolvimento, como o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social.

A taxa básica de juros, a Selic, está em 13,75% desde agosto, e o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) decidiu mantê-la na última reunião, em fevereiro. A partir de então, o presidente Lula vem constantemente criticando o BC pela ata. O colegiado se reúne novamente a partir desta terça-feira, 21, quando discutirá se altera ou não a taxa.

Também presente no evento, Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, também criticou a atual taxa de juros no país. Apesar disso, Alckmin afirmou que a inflação — que o Banco Central busca controlar por meio da taxa Selic — não pode voltar.

Alckmin elogiou a ancoragem fiscal, que deverá ser divulgada nos próximos dias, que contempla a curva da dívida, o superávit e o controle de gastos. O vice-presidente disse também estar muito otimista com o avanço da reforma tributária. 

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