ANÁLISE

Moraes autoriza PF a acessar celulares de presos no de 8 de janeiro

Decisão vale apenas para os aparelhos aprendidos no momento das prisões em flagrante
Por Com Agências 15/05/2023 - 19:25
Atualização: 15/05/2023 - 19:22
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Agência Brasil
Atos de vandalismo e terrorismo praticados em Brasília, em janeiro, por bolsonaristas extremistas
Atos de vandalismo e terrorismo praticados em Brasília, em janeiro, por bolsonaristas extremistas

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Polícia Federal a acessar, retirar e analisar os dados dos celulares apreendidos com os presos em flagrante pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando foram depredadas as sedes do Supremo, Congresso e Palácio do Planalto.

A autorização de Moraes é válida somente aos aparelhos apreendidos pela polícia no momento das prisões em flagrante dos acusados e atende a um pedido dos investigadores. Eles argumentaram que o material a ser obtido pode ajudar na análise das ações penais que serão abertas contra o grupo.

Também avaliaram que as informações podem servir para outras investigações sobre o mesmo caso, como em relação a financiadores, incitadores e possíveis autoridades.

“A extração dos dados dos aparelhos celulares apreendidos, a par disso, importa à colheita de elementos de informação potencialmente hábeis à instrução das ações penais que forem instauradas, especialmente à medida que podem corroborar a vinculação dos proprietários desses objetos aos fatos praticados no dia 08/01/2023. Mas não apenas. Os dados extraídos também poderão trazer provas para aproveitamento nos procedimentos investigativos em curso relacionados a financiadores, incitadores e autoridades omissas”, afirma o documento da polícia.

O ministro permitiu a medida "diante da inequívoca relevância da medida pleiteada para a investigação e instrução das ações penais".

"No caso dos autos, os requisitos se mostram plenamente atendidos, pois os elementos de prova colhidos até o momento revelam fortes indícios de prática de delitos por pessoas presas em flagrante nos atos, sendo indispensável a obtenção dos dados telemáticos para a completa elucidação dos fatos, sobretudo para evitar o desaparecimento de provas e possibilitar a continuidade da investigação em curso", afirmou.

"Da mesma forma, a obtenção de dados armazenados em nuvem pode esclarecer as circunstâncias envolvendo as ações dos presos e denunciados como forma de estimular e fomentar os eventos efetivados em 8/1/2023 para atentar contra o abolirem o Estado Democrático de Direito", completou.

Após os atos de 8 de janeiro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou acusações formais contra 1.390 envolvidos, entre os quais incitadores e executores.

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