EM SÃO PAULO

Médica de UTI é presa dentro de hospital acusada de desacato por PMs

Segundo a profissional, ela foi algemada e os pacientes ficaram sozinhos
Por Redação 02/10/2023 - 19:32
Atualização: 02/10/2023 - 19:26
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Reprodução
Médica de UTI é presa dentro de hospital acusada de desacato por PMs
Médica de UTI é presa dentro de hospital acusada de desacato por PMs

Uma médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Ipiranga, localizado na Zona Sul de São Paulo, chegou a ser presa dentro do hospital após ser acusada por policiais militares de desacato. O caso aconteceu na noite de domingo, 1.

"Fui algemada e me colocaram no camburão. Me tiraram de dentro da UTI e os pacientes ficaram sozinhos", afirmou a profissional enquanto estava no 17º DP. Após assumir o compromisso de comparecer perante o Juizado Especial Criminal (Jecrim) quando intimada, a médica foi liberada.

Testemunhas relataram que uma equipe da PM foi até a unidade para saber sobre o estado de saúde de um policial aposentado que deu entrada na UTI. Os militares pediram o boletim médico do paciente, mas a médica teria se negado a fornecer as informações por estar fora do horário de visitas e porque o procedimento do hospital determina que o boletim só pode ser passado para familiares.

A versão dada pelos policiais é diferente. Segundo o boletim de ocorrência, a acusação de desacato se deu porque a médica arremessou um documento no rosto de um tenente da PM. O motivo da confusão não foi informado no registro da ocorrência. Ainda conforme o boletim, um exame no instituto Médico Legal foi requisitado para constatação de lesão no braço do policial que teria sido causada pela médica.

Em nota, a Secretaria da Saúde informou que o Hospital Ipiranga lamenta e que dará total apoio à profissional médica envolvida no caso. A Secretaria da Segurança Pública informou que a Polícia Militar irá apurar a conduta dos policiais envolvidos na ação.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) afirmou, em nota, que, embora o caso em questão seja de extrema sensibilidade, "cabe ressaltar que os médicos devem prezar pelos seus deveres éticos, de sigilo e confidencialidade, como um dos maiores pilares da profissão — conforme determina o artigo 75 do Código de Ética Médica, que versa sobre o sigilo".

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