PESQUISA

Bolsa família pode ser a chave para reduzir uso de substâncias ilegais

Pesquisa analisou dados de mais de 35 milhões de brasileiros entre 2008 e 2015
Por Redação 14/03/2025 - 07:41
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Foto: Divulgação
Cartão do programa Bolsa Família
Cartão do programa Bolsa Família

Estudo recente da Fundação Oswaldo Cruz apontou que beneficiários do Programa Bolsa Família apresentam menor risco de internação por transtornos relacionados ao uso de substâncias psicoativas. A pesquisa, publicada na revista The Lancet Global Health, analisou dados de mais de 35 milhões de brasileiros entre 2008 e 2015, evidenciando o impacto positivo do programa social na saúde mental de seus beneficiários. A informação é do jornal Estado de Minas.

Os resultados mostram que quem recebe o Bolsa Família tem 17% menos risco de internação por transtornos ligados ao uso de substâncias psicoativas em comparação com não beneficiários. No caso do álcool, essa redução é ainda maior, chegando a 26%. Esses dados sugerem que o programa desempenha um papel fundamental na redução do abuso de substâncias entre populações vulneráveis.

A pesquisa sugere que essa redução no risco de internação está ligada a fatores como alívio do estresse financeiro e maior acesso a serviços de saúde e educação. O programa exige que as famílias cumpram condicionalidades, como manter a vacinação em dia e garantir a frequência escolar das crianças, o que aproxima os beneficiários de serviços essenciais para a prevenção e tratamento de transtornos relacionados ao uso de substâncias.

Segundo a pesquisa, a insegurança econômica é um fator que pode afetar negativamente a saúde mental, aumentando a vulnerabilidade ao uso de substâncias. Com o suporte financeiro do Bolsa Família, há uma redução desse estresse, o que pode contribuir para um menor envolvimento com o consumo abusivo de álcool e outras drogas.

Saúde mental

Além do impacto na redução do uso de substâncias, o estudo da Fiocruz destaca que o apoio financeiro proporcionado pelo Bolsa Família é essencial para pessoas que vivem com transtornos mentais e em situação de vulnerabilidade. O auxílio permite que essas pessoas busquem e mantenham tratamentos de saúde, algo que seria difícil de alcançar sem a garantia de necessidades básicas supridas.

O programa também promove a inclusão social e melhora o acesso a serviços médicos. Profissionais da Atenção Primária e dos Centros de Atenção Psicossocial são incentivados a considerar o encaminhamento de pessoas vulneráveis para programas de proteção social, como o Bolsa Família, como estratégia de suporte à saúde mental.

O Bolsa Família não apenas alivia o estresse financeiro, mas também incentiva a permanência de crianças e adolescentes na escola, fator essencial na prevenção do uso de substâncias. A exigência de frequência escolar mínima garante que jovens permaneçam em um ambiente estruturado, reduzindo o risco de exposição precoce ao álcool e às drogas.

Além disso, o acompanhamento pré-natal e a vacinação infantil obrigatórios no programa fortalecem a saúde das famílias e criam um vínculo maior com os serviços de saúde, permitindo o acompanhamento de possíveis fatores de risco associados ao uso de substâncias.


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