O Partido Liberal (PL), partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, não conseguiu convencer os líderes partidários da Câmara dos Deputados a aderirem ao requerimento de urgência do projeto de lei da anistia aos condenados do 8 de janeiro. Sem o apoio formal das siglas, a legenda agora tenta colher assinaturas individuais de deputados, segundo informações de O Globo nesta sexta-feira,4.

Em meio à pressão para tentar pautar a proposta, o PL fez obstruções a sessões e votações na Casa, o que irritou lideranças de partidos de centro. Ao longo da semana, a sigla de Bolsonaro foi cedendo nas obstruções, votações foram finalizadas e as comissões voltaram a funcionar na Câmara.

O PL tinha adotado o chamado “kit obstrução”, formado por uma série de estratégias da oposição para impedir a continuidade de votações, ou ainda que sessões sejam iniciadas na Casa.

O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirma ter 163 assinaturas para pautar o requerimento de urgência do projeto, mas são necessárias 257 para que a proposta tenha a chance de entrar na fila de prioridades do plenário. Outra alternativa seria os líderes partidários assinarem o documento, representando suas bancadas, mas não houve movimentação favorável até esta quinta-feira.

Apesar de toda a movimentação pela anistia dos réus acusados de depredar as sedes dos Três Poderes da República estar sendo organizada pelo partido, nem no PL houve unanimidade de apoio. A bancada do PL na Câmara, a maior da Casa, conta com 92 representantes, mas as adesões da sigla chegaram a apenas 85 assinaturas. O requerimento de urgência foi divulgado com os nomes dos deputados que aderiram ao pedido de urgência da medida, mas sem divulgar os partidos dos respectivos aliados.

Ainda que as assinaturas fossem recolhidas, a decisão de colocar o requerimento de urgência e proposta em votação é do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Neste momento, Motta evita gerar turbulência na relação que vem construindo com o Supremo Tribunal Federal (STF).

Líderes de partidos de centro afirmaram reservadamente que a oposição tenta pautar o projeto “goela abaixo”, ao invés de tentar uma solução mais negociada. Para eles, a ala mais bolsonarista do PL, que inclui o líder Sóstenes, está “tumultuando” a Casa sem necessidade, o que os deixa com a imagem desgastada e pode prejudicá-los em negociações posteriores.

Contudo, apesar de toda a movimentação pela anistia dos réus acusados de depredar as sedes dos Três Poderes da República estar sendo organizada pelo partido, nem no PL houve unanimidade de apoio. A bancada do PL na Câmara, a maior da Casa, conta com 92 representantes, mas as adesões da sigla chegaram a apenas 85 assinaturas. O requerimento de urgência foi divulgado com os nomes dos deputados que aderiram ao pedido de urgência da medida, mas sem divulgar os partidos dos respectivos aliados.