CRISE
Coronavírus é fatal para setor de bares e restaurantes, que deve demitir em massa

Mergulhados numa crise econômica que dura três anos, o segmento de bares e restaurantes foi afetado de forma fatal pelo isolamento social ou quarentena, principal e fundamental medida para conter a disseminação do novo coronavírus. O trabalhador dessas empresas, assim como de outros setores econômicos, é quem pagará a conta. A Associação Brasileira de Bares e Restaurante (Abrasel) já havia alertado o governo federal sobre o colapso do segmento, que emprega 6 milhões de pessoas no país. Há duas semanas, a previsão do presidente nacional da Abrasel, Paulo Solmucci, era de um corte de até 3 milhões de empregos em 40 dias. Com a quarentena, a perspectiva é de demissão em massa.
Para enfrentar a crise e tentar preservar as vagas de trabalho, o segmento em escala nacional havia decidido encarar o desafio de manter as empresas de portas abertas, mas intensificando o comprometimento de adotar todas as medidas sanitárias possíveis e de segurança contra a proliferação do coronavírus. Mas, apesar dos argumentos, não escaparam à quarentena.
A Abrasel afirma que o permitido sistema de entrega em domicílio não está ajudando a equilibrar as contas do setor. Segundo o presidente Paulo Solmucci, “é uma falácia isso de que o delivery seria uma salvação, porque temos limitações de atendimento por esse canal, e continuamos com um custo fixo, que representa 45% da receita mensal, em parte pelo peso do pagamento de salários”.
A Abrasel espera que o governo anuncie um pacote de socorro ao setor que incluiria o pagamento de uma espécie de bolsa aos seis milhões de trabalhadores de bares e restaurantes durante os próximos três meses. Se o governo não cumprir o que prometeu, diz Solmucci, o país corre o risco de mergulhar em uma nova crise. “Muitos dos nossos trabalhadores dizem que não sabem como irão viver sem o emprego. É um risco muito grande deixar toda essa gente sem assistência nessa hora”, diz.