AFUNDAMENTO DO SOLO

Minas que estão se movimentando formam cratera maior do que a que colapsou em Maceió

Informações coletadas por uma sonda apontam que a cavidade está em movimentação em direção à superfície
Por Redação 31/01/2024 - 19:22
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Afrânio Bastos
Mina 18, da Braskem, no bairro do Mutange
Mina 18, da Braskem, no bairro do Mutange

Duas minas de exploração de sal-gema mantidas pela Braskem em Maceió se conectaram, formando uma cratera sob o solo maior do que a mina 18, que colapsou em dezembro. A Defesa Civil de Alagoas informou nesta terça-feira, 30, que a cavidade está se movimentando e não descarta o risco de rompimento.

As duas minas que se conectaram são chamadas 20/21 e estão localizadas na lagoa Mundaú, próximas à mina 18. Informações coletadas por uma sonda introduzida no interior da mina 20/21 apontam que:

- tem 121 metros de altura por 96 metros de largura e volume de 340,297 m³, quase dez vezes maior que a cratera aberta na mina 18; e que
- está a 723,78 metros abaixo da superfície (em novembro de 2023, o topo da mina ficava a uma profundidade de quase 730 metros, o que comprova a movimentação em direção à superfície)

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O monitoramento da mina 20/21 foi uma recomendação da Defesa Civil para avaliar o quanto o colapso de dezembro impactou nas cavidades vizinhas. O órgão informou que segue monitorando a cavidade. A próxima mina a ser analisada por meio de sonar é a 29, também sob a lagoa.

O chefe da seção de desastres naturais da Defesa Civil Estadual, capitão Douglas Gomes, informou que se a mina 20/21 colapsar, o impacto será menor que o da mina 18 e que não há risco para a população porque os imóveis no entorno da área das minas já foram desocupados.

Desde 2019, quando a mineração feita pela Braskem foi apontada como a causa do surgimento de rachaduras em imóveis e no solo, mais de 14 mil imóveis tiveram que ser evacuados em cinco bairros, afetando cerca de 60 mil pessoas.

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