JUSTIÇA

Assassino de Maria Aparecida é condenado a mais de 32 anos de prisão

Para Conselho de Sentença, Alison cometeu feminicídio e homicídio qualificado com motivo torpe
Por Redação 06/08/2024 - 19:28

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Ministério Público de Alagoas
Alison José Bezerra da Silva foi condenado a 32 anos e oito meses de prisão
Alison José Bezerra da Silva foi condenado a 32 anos e oito meses de prisão

Alison José Bezerra da Silva foi condenado a 32 anos e oito meses de prisão em regime fechado pelo assassinato da advogada Maria Aparecida da Silva Bezerra, sua então companheira. A decisão do Conselho de Sentença foi proferida na noite desta terça-feira, 6.

O crime aconteceu em julho de 2022. Maria Aparecida foi morta dentro de casa no Antares, em Maceió. Após o crime, Alison tentou tirar a própria vida com facadas no pescoço e no tórax, mas foi socorrido e sobreviveu. Ele foi detido após receber alta médica.

O julgamento, presidido pelo juiz Yulli Roter, durou quase 10 horas. O Conselho de Sentença entendeu que o crime foi premeditado e reconheceu que Alison cometeu homicídio qualificado, feminicídio e motivo torpe. Durante o julgamento, Alison preferiu ficar em silêncio.

Maria Aparecida e Alison tinham relacionamento abusivo, diz família

A irmã da vítima, Cleonice das Dores da Silva, foi chamada para depor. O relacionamento, que durou 17 anos, foi descrito pela irmã da vítima como marcado por dependência emocional e ameaças. Outra revelação feita durante o julgamento foi a de que Alison mantinha um relacionamento extraconjugal.

A irmã de Maria Aparecida contou também que a vítima estava vivendo em constante medo, temendo por sua vida. Três dias antes de ser assassinada, Aparecida fugiu para a casa da irmã, com os olhos inchados, mas se recusou a falar sobre o que havia ocorrido. Além disso, os filhos do casal eram proibidos de se aproximar da família materna e frequentemente testemunhavam o comportamento abusivo do pai, que chamava Aparecida de “vagabunda” e outros insultos.

Ana Beatriz Bezerra da Silva, de 15 anos, filha de Alison e Maria Aparecida, também prestou depoimento. Ela contou que os pais viviam um relacionamento conturbado e que Maria Aparecida era vigiada por câmeras de monitoramento quando o pai não estava em casa. A adolescente citou episódios em que ela e o irmão, de 12 anos, foram agredidos.

A menina disse ainda que Alisson agrediu a sua avó materna. A adolescente reconheceu que a mãe era dependente emocional e que não conseguia pôr um fim ao relacionamento. Chamando o pai sempre pelo primeiro nome durante todo o depoimento, Ana Beatriz disse que só descansaria quando o assassino de sua mãe fosse condenado.

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