INVESTIGAÇÃO

CPI investiga se alagoano foi usado como laranja no contrato da Covaxin

Vendedor só descobriu esquema ao tentar financiar uma moto em seu nome
Por Redação 25/08/2021 - 13:51
Atualização: 25/08/2021 - 14:05
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Agência Brasil
Mesa diretora da CPI da Covid
Mesa diretora da CPI da Covid

Senadores que integram a CPI da Covid passaram a investigar nesta quarta-feira, 25, se um vendedor de frios de Alagoas teve sua assinatura falsificada e seu nome usado indevidamente como sócio ativo do FIB Bank, empresa que atua como uma fiadora e que ofereceu garantia financeira de R$ 80,7 milhões no contrato firmado entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde.

A carta de fiança do FIB Bank fazia parte do processo de aquisição da Covaxin, que previa 20 milhões de doses a um valor de R$ 1,6 bilhão, mas foi cancelado por suspeita de irregularidades – nenhuma dose foi entregue.

O vídeo do vendedor Geraldo Rodrigues foi apresentado durante o depoimento de Roberto Ramos Júnior, presidente do FIB Bank, durante depoimento à CPI nesta quarta. A gravação refere-se a um depoimento prestado por Geraldo a técnicos da CPI.

De acordo com o vendedor, ele descobriu que constava como sócio do FIB Bank em 2015, quando, ao tentar financiar uma moto em Alagoas, descobriu ter restrição de crédito por participar do quadro societário de empresas de São Paulo.

“Meses depois, fui demitido do emprego que tinha e não consegui receber meu seguro desemprego por ainda participar do quadro societário dessas empresas, sendo uma delas a FIB Bank”, contou em vídeo.

Ainda segundo o vendedor, ele nunca sequer esteve em São Paulo. "Nunca assinei ata, nunca participei de reunião ou assembleia. Sempre falsificaram minhas assinaturas em documentos e meu nome contava como sócio ativo", completou Geraldo Rodrigues.

Senadores suspeitam que Geraldo tenha sido usado como laranja e que a empresa tenha algum sócio oculto. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), ressaltou que o FIB Bank é uma empresa “que foi criada com laranja, em Alagoas, para garantir fiança para os grandes contratos da República, inclusive para licitação”.

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