Servidores repudiam vereadores que rejeitaram CEI contra Gilberto Gonçalves

Os servidores públicos de Rio Largos estão indignados com os oito vereadores que rejeitaram a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), no Âmbito da Câmara Municipal, com propósito de investigar as denúncias de corrupção que pesam sobre o prefeito afastado Gilberto Gonçalves (PP). Em nota de repúdio divulgada nesta sexta-feira, 19, o sindicato da categoria (Sindserp) tece duras críticas aos vereadores e diz que "eles deram as costas à população, em especial a seus eleitores", deixando de fazer o papel para qual foram eleitos, que é o de fiscalizar o Executivo.

A sessão que definiria a abertura da CEI foi realizada na última quinta-feira, 18, na Câmara Municipal, com a presença de 11 vereadores. Votaram contra a abertura da apuração das denúncias os vereadores Carlinhos Reis, Jefferson Alexandre, Ivanildo Rufino, Tiago Vasconcelos, Márcio Soares (Bala), Ismael Ferreira, Aline Diniz e Isaac Pereira. Os vereadores favoráveis à CEI foram Daniel Pontes, Rafael Feitosa e Romildo Calheiros.

O Sindicato afirma que os oito vereadores se posicionaram contra a moralidade administrativa ao rejeitar a abertura da Comissão que para apurar os "fatos já comprovados em inquérito conduzido pela Polícia Federal (PF) após proceder com as devidas investigações". O prefeito foi investigado pela PF na operação Beco da Pecúnia.

Na mesma nota, o Sindicato lembra à população que os servidores de Rio Largo sofrem a falta de respeito pela administração GG e que estão sem reajuste salarial há seis anos. No início da semana, moradores da cidade protocolaram no Ministério Público Estadual uma ação onde é solicitado o afastamento da vice-prefeita, esposa de Gilberto Gonçalves, Cristina Gonçalves, que assumiu o cargo e fica no comando da gestão pelos 60 dias de afastamento do prefeito investigado. Também foi solicitado à Polícia Federal a investigação do patrimônio da família Gonçalves e dos vereadores que dão apoio ao prefeito.

Gilberto Gonçalves é acusado de desvios de dinheiro público federal, lavagem de dinheiro e organização criminosa na prefeitura de Rio Largo. Segundo a PF, o prefeito afastado está envolvido em ilegalidades nas contratações e pagamentos realizados pelo município em favor de empresas, que teriam recebido da Prefeitura o valor aproximado de R$ 20 milhões.