APREENSÃO MILIONÁRIA

PF cumpre mandados contra exploração ilegal de pau-brasil em Coruripe

Estimativa é que a organização tenha lucrado mais de R$ 370 milhões
Por Bruno Fernandes com agências 08/11/2022 - 09:07
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Polícia Federal/ES
Material apreendido durante a ação da Polícia Federal
Material apreendido durante a ação da Polícia Federal

A Polícia Federal e o Ibama realizam na manhã desta terça-feira, 8, em Coruripe, no interior de Alagoas, a segunda fase da Operação Ibirapitanga II contra uma organização criminosa especializada na exploração comercial ilegal de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção, em especial.

De acordo com a PF do Espírito Santo, a principal espécie explorada é o pau-brasil visando o interesse da indústria internacional de acessórios de instrumentos musicais de corda, como arcos de violino.

A estimativa é que a organização tenha lucrado mais de R$ 370 milhões. Além de Alagoas, estão sendo cumpridos, 37 mandados de busca e apreensão nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Bahia.

Segundo a Polícia Federal, há fortes indícios de que a organização criminosa, que tem ramificação internacional, atuava para beneficiar o pau-brasil extraído clandestinamente de Unidades de Conservação Federal.

O objetivo das ações desta terça, além do cumprimento das ordens judiciais, é obter novos elementos de prova para desmantelar por completo o grupo criminoso dedicado ao cometimento de crimes contra a flora, contra a administração ambiental e outros crimes ambientais.

O caso

As investigações se iniciaram após ações fiscalizatórias realizadas pelo IBAMA no âmbito da Operação “DÓ RÉ MI” que resultaram em apreensões de mais de 42 mil varetas de Pau-brasil, além de mais de 150 toretes. No ano passado, quando da deflagração da primeira fase, foram apreendidas outras 32 mil varetas e 85 toretes.

Naquele momento, foram descobertos indícios que apontavam para a existência de uma associação criminosa envolvendo extratores, transportadores, intermediários, atravessadores, arqueiros e empresas de produção e exportação de acessórios de instrumentos musicais de corda.

A atuação criminosa consistia em beneficiar o Pau-Brasil extraído clandestinamente de Unidades de Conservação Federal, especialmente do Parque Nacional do Pau-Brasil, visando a comercialização do produto acabado em formato de arcos de violino/contrabaixo.

O arco é o produto final produzido a partir da vareta. No Brasil as varetas são adquiridas por valores que giram entre 20 e 40 reais, ao passo que os arcos podem ser comercializados no exterior por até U$ 2.600,00 (R$ 14.600,00).

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