Genial/Quaest
Eleitores de 8 estados rejeitam aliados de Lula e Bolsonaro, diz pesquisa
Entre os governadores que podem ser reeleitos, Tarcísio é visto como merecedor de mais um mandato
O terceiro bloco da 16ª rodada da pesquisa Genial/Quaest mostra a avaliação dos governadores de oito estados que representam 66% do eleitorado brasileiro – São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco – e traça o panorama da corrida pelos respectivos governos. Além de medir a aprovação dos eleitores e a avaliação dos serviços em áreas de atuação afeitas à administração estadual, a pesquisa perguntou qual o perfil político desejado para o próximo governador – independente, aliado de Lula ou aliado de Bolsonaro – e o merecimento de cada um em ser reeleito ou fazer o sucessor. E abriu espaço para a crise criada pelo tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, pedindo a opinião dos entrevistados sobre a atuação dos governadores, de Lula e de Bolsonaro diante do tarifaço. Foram realizadas 10.146 entrevistas com brasileiros de 16 anos ou mais, entre os dias 13 e 17 de agosto.
Aprovação
Dois governadores pré-candidatos à presidência lideram com folga o ranking de aprovação pelo eleitorado de seus estados. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), tem o maior índice de aprovação: 88%, patamar que vem registrando desde abril de 2024. Em seguida vem Ratinho Júnior, do Paraná (PSD), com 84% e melhora contínua desde o início da série. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem 60% de aprovação. Jerônimo Rodrigues (PT) tem hoje 59% de aprovação na Bahia. Em Minas, Romeu Zema (Novo) enfrenta queda na aprovação e alta na desaprovação nas últimas três rodadas, mas ainda é aprovado por 55%, contra 33% que desaprovam seu governo. No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD) é aprovado por 58% e desaprovado por 38%. Raquel Lyra (PSD), em Pernambuco, é aprovada por 51%, contra 45% de desaprovação. E o governador Claudio Castro (PL), divide fortemente as opiniões no Rio de Janeiro, com aprovação de 43% e desaprovação de 41%.
Avaliação das áreas de atuação
A pesquisa avaliou oito áreas de atuação dos governos estaduais: Infraestrutura e mobilidade, transporte público, emprego e renda, habitação, educação, saúde, políticas sociais e segurança. Goiás e Paraná são os dois estados que aparecem com melhor avaliação em todas as áreas. Em Goiás, 74% avaliam positivamente a segurança pública – caso único no país – e 71% têm a mesma avaliação sobre a educação, também muito à frente dos demais. Na outra ponta, no Rio de Janeiro a avaliação negativa da segurança é de 60%, e na Bahia, de 45%. No Paraná, a melhor avaliação, de 64%, é de emprego e renda, assim como em Minas, onde a avaliação positiva é de 43%. Pernambuco tem na educação seu melhor desempenho: 55% de avaliação positiva. Em São Paulo, o destaque positivo está em infraestrutura e mobilidade (49%).
Atuação diante do tarifaço
Na maior parte dos estados, os governadores são mais bem avaliados do que o presidente Lula e o ex-presidente Bolsonaro por sua atuação na crise provocada pelo tarifaço de Donald Trump. A exceção é a Bahia, onde Lula tem sua maior aprovação, de 55%, e Jerônimo tem 44%. Em São Paulo, Tarcísio é bem avaliado por 42% dos entrevistados, contra 34% de Lula e 26% de Bolsonaro. O ex-presidente é mal avaliado em todos os estados, em percentuais que variam entre 46% (Goiás) e 74% (Bahia). A atuação de Lula é avaliada como negativa por mais de 50% dos entrevistados em seis dos oito estados.
Perfil do próximo governador
Em todos os estados, a preferência dos entrevistados é por um governador independente. Os percentuais variam entre 44% (Pernambuco) e 60% (Rio Grande do Sul). A ideia de um sucessor aliado a Lula agrada a 40% dos entrevistados na Bahia e em Pernambuco. Nos demais estados, menos de 20% querem um aliado do presidente como governador. Um governador aliado ao ex-presidente Bolsonaro seria do agrado de 30% em Goiás – o maior percentual, seguido do Paraná (27%). Na Bahia, 9% manifestaram essa preferência e em Pernambuco, 13%.
Merecimento
Entre os governadores que podem ser reeleitos, Tarcísio de Freitas é considerado merecedor pelos entrevistados: 56% têm essa opinião, contra 36% que pensam o contrário. Na Bahia, a reeleição de Jerônimo divide ao meio o eleitorado: 48% contra, 48% a favor. E em Pernambuco Raquel Lyra não merece um segundo mandato para 54% dos eleitores, contra 43%. Ronaldo Caiado encabeça a lista dos que merecem eleger seu sucessor, com 73% de opiniões favoráveis, seguido por Ratinho, com 70%. Em Minas, há empate técnico: 48% acham que Zema não merece fazer o sucessor e 46% acham que sim. No Rio Grande do Sul, a maioria (54%) julgam que Eduardo Leite não tem esse merecimento, assim como Claudio Castro no Rio de Janeiro, onde 57% têm essa opinião.
Panorama estadual
Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas tem 43% das intenções de voto, contra 21% do vice-presidente Geraldo Alckmin, e é o preferido em todos os recortes. Em Minas, Cleitinho (Republicanos) aparece em primeiro lugar com 28%, seguido pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (sem partido) com 16%. O prefeito Eduardo Paes, do PSD, tem 35% das intenções de voto no Rio de Janeiro, contra 9% de Rodrigo Bacellar, do PL. Na Bahia, o ex-deputado federal ACM Neto (União) lidera com 41%, contra 34% do governador Jerônimo Rodrigues, do PT.
O ex-ministro Sergio Moro (União) aparece com 38% no Paraná, seguido por Paulo Eduardo Martins, do Novo, com 8%. Juliana Brizola, do PDT, está tecnicamente empatada no Rio Grande do Sul com o Tenente-Coronel Zucco (PL): 21% a 20%. O prefeito de Recife, João Campos (PSD) tem larga vantagem sobre a governadora Raquel Lyra: 55% a 24%. Em Goiás, Daniel Vilela (MDB), tem 26% e está empatado na margem de erro com o ex-senador Marconi Perillo, do PSDB (22%).