VIOLÊNCIA
Operação no Rio de Janeiro deixa 64 mortos, a mais letal da história
Entre os mortos estão 60 suspeitos e quatro policiais, segundo a Secretaria de Segurança Pública
A megaoperação realizada na terça-feira, 28, nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, deixou 64 mortos e dezenas de feridos, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública. Entre os mortos estão 60 suspeitos e quatro policiais. A ação é considerada a mais letal da história do Estado do Rio de Janeiro.
Operação mobilizou 2,5 mil policiais e forte aparato militar
Cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar participaram da operação, que teve como alvo o Comando Vermelho (CV). A ofensiva contou com drones, dois helicópteros, 32 blindados terrestres e 12 veículos de demolição, além de ambulâncias para o resgate dos feridos.
Durante o confronto, criminosos lançaram bombas por meio de drones, transformando as comunidades em um cenário de guerra. O governador Cláudio Castro (PL) informou que 31 fuzis foram apreendidos.
Feridos e impacto na população
De acordo com autoridades locais, dezenas de moradores ficaram feridos, muitos atingidos por balas perdidas durante os intensos tiroteios. O número exato de feridos ainda está sendo contabilizado pelas equipes de saúde.
A troca de tiros causou pânico e interrompeu a rotina da população. 87 escolas foram afetadas — 48 delas não chegaram a abrir —, o que impactou cerca de 29 mil alunos. Linhas de ônibus também foram desviadas, e vias importantes como a Avenida Brasil e a Linha Amarela ficaram interditadas por horas.
“Cenário de desordem”, afirma secretário de Segurança
O secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, afirmou que o território das comunidades apresenta alto grau de complexidade para ações policiais.
“São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem. Casas construídas de forma irregular, becos que é impossível fazer o patrulhamento”, disse.
A operação, segundo especialistas, evidencia o aumento do poder bélico do crime organizado e a dificuldade do Estado em conter o avanço do narcotráfico.
As operações mais letais já registradas
De acordo com o relatório Chacinas Policiais, do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF), entre 2007 e 2021 foram registradas 17.929 operações policiais em favelas do Rio, das quais 593 resultaram em chacinas, com 2.374 mortos.
Veja as operações mais letais no estado:
Complexos do Alemão e Penha (2025): 64 mortos
Jacarezinho (2021): 28 mortos
Penha (2022): 23 mortos
Complexo do Alemão (2007): 19 mortos
Complexo do Alemão (2022): 17 mortos



