Educação ou lero-lero?

Por 15/10/2018 - 10:01
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Falar em educação em Alagoas é quase chover no molhado. Desde sempre convivemos com os piores índices e colocações nos rankings da categoria e com as mesmas e inócuas promessas de que “está melhorando”. Balela. Alagoas tem índices africanos, o continente mais pobre e atrasado do planeta. E não vai sair desta posição se não forem tomadas medidas radicais e urgentíssimas para alterar essa tragédia que se abate sobre nosso povo.

Autoridades irão sacar “números positivos” como: “avançamos do 26º para o 20º lugar no Ideb”. Mas “esquecem” o valor absoluto da nota: nos anos iniciais do ensino fundamental foi 4,9 e nos finais, 4,2. O estado está 5 anos atrasado em relação à meta estabelecida para 2013!

No ensino médio, o “bicho pega”. A nota foi de miseráveis 3,3 (a desculpa é: o país também não está bem avaliado ou o estado saiu da 27ª para a 16ª posição). Mal comparando, é como o corredor que ultrapassa “adversários” tão ou mais vulneráveis, mas se encontra a anos-luz do pelotão da frente. A pergunta é: você contrataria alguém com esta nota para sua empresa?

Mas no meio do deserto de ideias, propostas e ações para nos retirar da incomoda posição, existem oásis que se destacam não apenas no cenário local, mas também nacional e internacional. Prova inconteste de que as desculpas esfarrapadas de sempre são apenas cortina de fumaça para esconder incompetência, incúria e o uso politiqueiro da educação.

Nesta edição vamos conhecer o que está acontecendo em Coruripe, poderíamos citar também Jequiá da Praia, Teotônio Vilela e Roteiro, municípios paupérrimos que alcançaram números absolutamente díspares da realidade de Alagoas. Com parcos recursos, visão de longo prazo, muita criatividade, enorme esforço das equipes pedagógicas e real priorização da educação pela administração, eles estão alcançando resultados comparáveis ao dos países melhores colocados (onde o Brasil se encontra na rabeira) nos rankings internacionais.

Aquelas redes municipais demonstram cabalmente que é possível dar um salto quântico na educação do estado. E, portanto, é preciso repensar urgente a nossa estratégia educacional. Alagoas tem pressa. Os tempos são outros. Mudaram. Chega de lero-lero.

Os economistas Elias Fragoso e Edimilson Veras indicam de forma objetiva em artigo do projeto Alagoas tem Jeito caminhos a serem trilhados para isso.

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