INDÚSTRIA

Por Redação 20/11/2018 - 15:14
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Foto: Divulgação
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Alagoas vivenciou 30 anos atrás o sonho de, no médio prazo, criar uma alternativa à sua dependência do setor agroaçucareiro, até então absolutamente dominante em termos de arrecadação de impostos (por volta de 60% do ICMS) e do PIB, através da implantação do polo cloro químico de Alagoas que, nos projetos apresentados ao governo para justificar incentivos e outras facilidades, acenava com a possibilidade – vejam bem possibilidade – de, além da então Salgema, a indústria mãe, virem a ser implantadas 3 ou 4 indústrias de segunda geração, algumas dezenas de terceira geração e centenas de quarta geração. Seria a redenção do estado em termos de desenvolvimento. Seria, por que até agora não foi. O que aconteceu você conhecerá na entrevista a seguir. 

Já a agroindústria açucareira é uma crônica anunciada desde há muito quanto à sua inviabilidade econômica. Defasada tecnologicamente em relação a seus competidores do Sudeste e mais recentemente do Centro-Oeste (para onde vários empresários locais do segmento já migraram), com grande parte da área ocupada inadequada ao plantio da cana e gestão familiar ou pouco profissional, resultou na pior das equações para o estado: a  necessidade eterna  de subsídios (ou seja de dinheiro do povo de Alagoas) para sobreviver, desemprego em massa com a debacle da atividade e zero planejamento do Estado para, a tempo, resolver tão momentoso problema. 

E o que dizer da agroindústria? Importamos mais de 70% dos produtos industrializados pelo setor e no estado existem poucas atividades significativas economicamente falando. O mesmo se dá no segmento irrigado de fruticultura e da olericultura (hortaliças e verduras) que possam ser classificadas como agroindustrial, importamos quase tudo referente a indústria da carne (frango, porco e produtos semindustrializados), não temos atividade econômica digna do nome na área de laticínios, o setor da pesca em Alagoas é artesanal, nos moldes do início do século passado. Sequer nos abastecemos do mais básico: os ovos e o feijão nosso de cada dia vem em grande parte de fora, de empreendimentos agroindustriais avícolas e de regiões de produção irrigada  daquele grão, para ficar nesses exemplos. Todas atividades perfeitamente possíveis de serem exploradas no estado.

O perfil das empresas industriais do estado indica que 40% delas são na verdade panificadoras e fábricas simples de farinha.  O que nos leva à pergunta: por que não estamos resolvendo essas coisas? O que nos faz pior que outros com a mesma capacidade e recursos?

Essas e outras questões os economistas Elias Fragoso e Edimilson Veras, na última entrevista da série Alagoas tem Jeito procuram elucidar e sugerir alternativas para esse imbróglio que nos impõe há décadas atraso injustificável na área industrial. E no  nosso desenvolvimento.

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