rombo de R$ 7 mi

Gecoc investiga atuação de empresa fantasma

Por José Fernando Martins 30/10/2017 - 23:17

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Promotor de Justiça, Luiz Tenório - Foto: Divulgação
Promotor de Justiça, Luiz Tenório - Foto: Divulgação

O Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) desarticulou mais um esquema de corrupção que age no interior de Alagoas. Desta vez, no ramo da construção civil. 

A empresa por trás de todo golpe seria a Nativa Construtora, que atua em quase todos os municípios do Sertão com expansão ao Litoral e Zona da Mata. A informação é do promotor Luiz Tenório. 

“A empresa nasceu em Jacaré dos Homens e pertence a José Antônio Figueiredo de Souza. Em apenas três municípios já faturou mais de R$ 7 milhões. É uma empresa sem capacidade operacional e sem sede que atua com licitações fraudadas. E recebe da prefeitura para fazer obras que não realiza”, denunciou durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 30.

A Nativa Construtora já atuou em Poço das Trincheiras e Ouro Branco em gestões passadas, porém ainda “atende” diversos municípios do Estado. 

“Alagoas está sendo corroída pela corrupção”, destacou o promotor acrescentando que a empresa também atua na locação de veículos e se arriscou a participar de licitações para venda de medicamentos. O balanço preliminar da fraude é referente aos anos de 2013 a 2016.

Operação Sepse

Ainda durante coletiva de imprensa, o Gecoc falou sobre a operação Sepse, que resultou novamente na prisão, na última sexta, 26, do ex-prefeito de Girau do Ponciano, Fábio Aurélio. Conforme o promotor Carlos David Lopes, o esquema de desvio na saúde municipal era realizado a partir de notas frias.

A RR Distribuidora, por exemplo, não possuía notas fiscais de entradas de produtos. A empresa de fachada servia para justificar apenas a saída de dinheiro da prefeitura. 

Outras duas empresas também participaram do esquema criminoso: a KM Distribuidora e Campos Distribuidora. A diferença é que ambas distribuíam medicamentos. 

“Mas mediante pagamento de 10% para ex-prefeito Fábio Rangel e para seu tio Valdemir Aurélio, que é considerado foragido da Justiça”, disse o promotor.  O golpe registrou um rombo nos cofres públicos superior a R$ 1 milhão.

Todo esquema foi destrinchado a partir de delação premiada com os empresários investigados. “São esquemas bem conduzidos. Se não fosse a delação jamais conseguiríamos saber como funcionava o concluio”, destacou a promotora Eloá de Carvalho.

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