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Portador de ELA palestra para universitários da saúde

Por Assessoria 02/04/2018 - 13:17

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Foto: Assessoria
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A Liga de Saúde e Espiritualidade, composta por universitários da área de Saúde de instituições públicas e particulares, recebeu em sua última reunião o cardiologista e portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) Hemerson Casado para um bate-papo. Os estudantes questionaram a espiritualidade ao longo dos diferentes momentos da vida do médico e, agora, como paciente de doença rara.

Casado disse que, na juventude, não pensava muito em espiritualidade, mas que sempre acreditou e temeu a Deus. “Nessa fase, eu acredito que os momentos nos quais mais refleti sobre espiritualidade foram quando eu cursava anatomia, quando vivi o inferno do pronto socorro e conheci a morte de perto e, em seguida, quando fui para o interior fazer estágio rural e convivi com as mazelas de um típico país injusto. Vi muito sofrimento da população e isso aguçou a minha espiritualidade”.

Ao ser questionado sobre o que mudou após a doença, ele respondeu que precisou trabalhar muito a mente e ter a coragem que, ao longo de vinte e cinco anos exercendo sua profissão, pedia que seus pacientes tivessem ao enfrentar uma cirurgia cardíaca de alto risco.

 “Não é fácil. Essa doença é terrível, é lenta, e você sabe que não tem retorno. Cada fase traz uma reação diferente. A ELA tirou muitas coisas minhas sem nenhuma pena, de forma dolorosa, não dor física, mas uma dor na alma. No início tive a impressão de que a vida não tinha mais saída, não tinha mais sentido, mas, quando menos esperei, veio uma luz no fim do escuro túnel ao qual me meti. Você encontra com Deus e tudo começa a ter uma nova perspectiva. Não sou Santo. Mas hoje encontrei verdadeiramente Deus e ele tem me lapidado como um diamante. Hoje aceito a minha doença e agradeço a misericórdia de Deus por estar superando o tempo que me deram de sobrevivência de forma ativa”, desabafou. 

Indagado sobre qual é seu grande sonho, Casado disse que é o de encontrar a cura para a ELA, ficar em pé novamente e poder voltar a realizar seu ofício operando corações. Em seguida, dois universitários e uma convidada da Liga pediram a palavra. A primeira o orientou “Esqueça o corpo e foque em sua mente. Como familiar de um paciente de doença rara, ficamos felizes de ver o senhor trabalhando duro por todos nós”.

O segundo a falar disse que Deus tem um propósito para a vida do médico e que ele era fonte de inspiração para todos os presentes. Já a terceira disparou “Deus arrumou-te um novo jeito de operar corações”.

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