Em crise

Fundação destitui Edgar Antunes do cargo de diretor do Hospital Veredas

Medida é adotada após resultado de sindicância que apurou denúncia contra a diretoria da unidade
Por Tamara Albuquerque 19/11/2024 - 14:17
Atualização: 19/11/2024 - 14:58

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Assessoria
Edgar Antunes foi destituído do cargo de diretor do Hospital Veredas
Edgar Antunes foi destituído do cargo de diretor do Hospital Veredas

O Conselho Deliberativo da Fundação Hospital da Agroindústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas, que responde pelo Hospital Veredas, em Maceió, decidiu pela destituição do diretor-presidente do hospital, Edgar Antunes, sob a justificativa de assegurar a continuidade das atividades e a "boa" gestão administrativa da Fundação.

A decisão foi adotada nesta terça-feira, 19, após assembleia que avaliou os resultados de uma sindicância promovida para apurar denúncias relacionadas à diretoria executiva. O documento do Conselho que tornou pública a destituição do diretor-presidente não cita quais irregularidades foram encontradas no processo de sindicância. 

O substituto de Edgar Antunes será, conforme o estatuto da Fundação, André Luís Ramires Seabra, que fica no cargo interinamente até a realização de uma nova eleição, ainda sem data definida. 

Em documento emitido nesta terça-feira, o Conselho afirma que a decisão deve preservar e aprimorar os serviços prestados à comunidade. Edgar foi reconduzido ao cargo de diretor-presidente em 2022. Sua gestão terminaria em 2027.

O Hospital Veredas está mergulhado num caos administrativo há anos, sob o comando de Edgar Antunes, que se perpetuou no cargo, e já virou escândalo nacional após a imprensa denunciar o montante de recursos recebidos pelo hospital numa relação que envolve o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP).

De acordo a revista Piauí, numa reportagem em parceria com a Agência Pública publicada no ano passado, nos últimos 7 anos, o Hospital Veredas, que conta com 264 leitos, recebeu quase R$ 1 bilhão, em repasses federais (R$ 287 milhões), estaduais (R$ 271 milhões) e municipais (R$ 431 milhões).

Mesmo assim, entre dezembro de 2022 e março de 2023, cerca de 160 funcionários foram demitidos da instituição sem receberem direitos trabalhistas, como verbas rescisórias, FGTS e seguro-desemprego.

O hospital acumula dívidas. Atualmente, funcionários estão sem receber salários referentes ao mês de outubro e também os repasses para completar o pagamento do piso da enfermagem, entre outros débitos. Somente este mês, depois de ameaça de paralisação, o hospital pagou o 13º salários dos funcionários de 2022, ainda assim, sem juros.


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