eleições 2018
Decisão de Maurício Quintella pode ser um "tiro no pé"
Considerado traidor pelo grupo de oposição embora rechace o título, Maurício Quintella parece estar mesmo consciente de que vai enfrentar uma batalha que nem ele próprio sabe o desfecho disso tudo. Ao se aliar a Renan Calheiros e disputar uma vaga no Senado, o ex-ministro dos Transportes sabe que está desagradando o presidente Michel Temer e que não poderá fazer sombra a quem lhe acolheu na aliança política, no caso o MDB. E Renan não abre mão disso.
Trabalha feito um louco para se reeleger, sua única chance de não ter problemas, pelo menos por enquanto, na Justiça lá em Brasília. Quintella, por sua vez, surpreendeu a todos do bloco de oposição, quando pulou do barco. O ministro já vinha preparando o terreno e soube até mesmo pelo senador Renan de que Rui Palmeira não disputaria as eleições para o governo. O ministro sabe que não poderá fazer sombra ao próprio senador Renan Calheiros para não ser atropelado durante a campanha política.
É um jogo perigoso, mesmo porque ele sabe, mais do que ninguém, que a batalha eleitoral será intensa, com ele e Renan de um lado e Benedito de Lira, Alfredo Gaspar de Mendonça e até mesmo a possibilidade de Marx Beltrão estar do outro. O que se enxerga de tudo isso é que político não tem bandeira, não é fiel a programas, não pensa num Brasil melhor, a não ser em si mesmo e nas oportunidades que surgem do dia para a noite.
Maurício Quintella tem, sim, um futuro promissor, mas vacila quando o tema é interesse pessoal e do grupo que estava ligado. Para ele, é melhor agora estar do outro lado, do clima do já ganhou onde possa se salvar do jogo eleitoral, do que mesmo se manter fiel às origens. É uma questão apenas de oportunidade, ficando do lado mais forte. Mas é muito perigoso e pode, com essa sua decisão, dar um tiro no pé.
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