Cerca de 60 municípios estão sem médicos, diz CES

"É inadmissível a quantidade de famílias que deixarão de receber assistência médica em Alagoas", lamentou o presidente do Conselho Estadual de Saúde (COS), Jesonias da Silva sobre a saída de médicos cubanos do Brasil, durante evento promovido pela entidade na manhã desta segunda-feira, 26, no bairro do Centro, em Maceió.

Segundo Jesonias, dos 70 municípios atendidos pelo programa Mais Médicos em Alagoas, 60 já se encontram sem profissionais, representando mais da metade da saúde disponibilizada no estado que tem 102 municípios.

De acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2017, Alagoas possui 3.375.823 habitantes, e desses, segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS), apenas 394 mil possuem planos de saúde representando aproximadamente 11% da população. Sendo assim, 89% dependem de saúde pública.

“Apesar do governo ter reagido rápido nas contratações, historicamente os médicos brasileiros não têm compromisso com o povo pobre do Sertão e Agreste do estado. Os novos médicos que estão sendo contratados para substituir os cubanos são recém-formados e a grande maioria não possui registro no Conselho”, relatou o presidente.

Em Alagoas, aproximadamente 528 mil pessoas estão desassistidas de forma temporária na atenção básica, segundo o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas – COSEMS/AL. Até o começo de novembro, das 232 vagas para profissionais da medicina no estado, 132 eram preenchidas por cubanos e 86 por brasileiros.

Dados do COSEMS/AL também revelam que nestes cinco anos da presença de médicos estrangeiros no país, perto de 20 mil cubanos ofereceram atenção médica a 113 milhões de pacientes, em mais de 3,6  mil municípios. Com o programa, mais de 700 municípios tiveram um médico pela primeira vez na história.