trabalho escravo

Mais de 200 alagoanos foram resgatados em 2018, diz balanço

Por Com assesesoria 28/01/2019 - 14:37

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Foto: Divulgação
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Levantamento do Observatório Digital do Trabalho Escravo mostra que, em Alagoas, 90 trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão, enquanto 117 trabalhadores alagoanos foram resgatados nas mesmas condições em outros estados brasileiros. Os dados são referentes ao ano de 2018. 

No período de aproximadamente 15 anos, ainda segundo dados do observatório, 1380 trabalhadores alagoanos foram resgatados em outros estados da federação, em condições de trabalho forçado, jornada exaustiva ou com restrição de locomoção em razão de dívida – fatores que caracterizam o trabalho análogo à escravidão.

E o Observatório Digital do Trabalho Escravo traz mais um dado: dos egressos alagoanos resgatados em condições análogas à escravidão, 39% estudaram apenas até o 5º ano do ensino fundamental. Já 33% eram analfabetos.

Ainda de acordo com dados retirados do observatório digital, 935 trabalhadores resgatados (67,7%) laboravam em atividades agropecuárias, enquanto 211 empregados explorados trabalhavam na cultura da cana-de-açúcar, o que equivale a 15,2% dos alagoanos resgatados.

Já a maior prevalência de resgates aconteceu no município de Feira Grande, com 90 casos de trabalho escravo. Dos alagoanos resgatados fora do estado, 35 trabalhadores eram naturais do município de Arapiraca.

Brasil

Em âmbito nacional, o número de trabalhadores chegou a 1.723 em 2018. Ainda segundo o levantamento, foram flagrados 523 trabalhadores em condições análogas às de escravo em área urbana enquanto que no meio rural foram registrados 1.200 casos. Em 2017, a SIT registrou 645 trabalhadores encontrados nessa situação.

A coordenadora de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete), procuradora do Ministério Público do Trabalho Lys Sobral Cardoso, afirmou que os casos de trabalho escravo urbano têm como um dos fatores o êxodo rural, que continua acontecendo no país. 

“Os trabalhadores continuam saindo do meio rural para o meio urbano. Por falta de oportunidades, eles se sujeitam a qualquer oferta de trabalho que surge, o que aumenta sua vulnerabilidade”, explicou a procuradora.

No ano passado, no Brasil, o Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu 1.251 denúncias, ajuizou 101 ações civis públicas e celebrou 259 termos de ajuste de conduta (TACs) relacionados a trabalho escravo. 


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