CONDENADO A 103 ANOS
Jovem que denunciou pai por estupro diz que estava mentindo
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A jovem do município de Igreja Nova, Joselice de Oliveira Pereira, que denunciou o pai por estupro, declarou no domingo, 19, por meio de vídeo, que mentiu sobre o caso. O pai e a mãe da adolescente foram condenados a 103 anos e 6 meses e 93 anos e 4 meses, respectivamente, pelo crime denunciado pela filha em 2018.
Na época, segundo a sentença, três crianças e uma cadela foram estupradas pelo pai, Jorgival Gregório Pereira. O animal chegou a falecer por causa dos ferimentos causados pela ação. No vídeo divulgado ontem, Joselice afirmou que os pais são inocentes e estão pagando por um crime que não cometeram.
"Estou muito arrependida, muito arrependida [...] quero pedir perdão ao meu pai e minha mãe, eles estão pagando por algo que não fizeram. A Lenira, o cunhado e o marido dela e a Maria Helenide e o filho fizeram minha cabeça para denunciar os meus pais e dizer que meu pai tinha estuprado eu, meus três irmãos, a cachorra, e minha prima, mas o que tenho a dizer para vocês é que meu pai e minha mãe são vítimas, são inocentes e estão pagando por algo que não fizeram", relatou a jovem emocionada.
Ela contou ainda que a mulher identificada como Maria Helenide a induziu a fazer a denúncia e que um homem identificado como Jailson tinha o número de um conselheiro tutelar. "Mandou eu dizer para o promotor e juiz que meu pai tinha abusado de mim, mas ele não fez isso comigo. Minha mãe também nunca apoiou nada, meu pai é inocente. Ela (Maria Helenide) mandou eu dizer que o colega de meu pai tinha me estuprado e que o meu pai que teria me colocado para eu ficar com esse homem, mas é tudo mentira, foi a Maria Helenide, a Lenira, o marido dela e o cunhado dela que armou tudo isso para o meu pai e minha mãe".
Decisão
A sentença proferida em março de 2020 condenou o acusado a 103 anos e 6 meses de reclusão por estupro de vulnerável contra três filhas e um filho, além de ato sexual que levou à morte a cadela da família. A mãe das crianças foi condenada a 93 anos e 4 meses, devido à omissão penalmente relevante.
Para as condenações, o magistrado considerou os depoimentos das vítimas, de conselheiras tutelares e os laudos periciais indicando conjunção carnal recente com as menores. No caso do menino, o exame revelou ferimentos no ânus que podem ter sido causados pelos abusos.
Na decisão inclusive, o magistrado considerou os relatos de Joselice - que gravou o vídeo - dizendo que ela, a filha mais velha, desenvolveu problemas mentais e, já afastada dos pais, chegou a ser internada porque praticava automutilação.
Sobre o vídeo, o magistrado se manifestou informando que "o processo em questão já foi julgado na primeira instância, e que agora cabe à defesa apresentar recurso de apelação para que seus argumentos possam ser apreciados pelo Tribunal de Justiça".
Assista
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