LEVANTAMENTO
Fecomércio: mais de 67 mil famílias estão inadimplentes em Maceió

Maceió registrou aumento no número de inadimplentes pelo quinto mês seguido. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor de Maceió (Peic), divulgada nesta quarta-feira, 28, aponta que mais de 67 mil famílias estão com as contas atrasadas, o que corresponde a 22,2% dos lares da capital alagoana.
De acordo com o levantamento, elaborado pelo Instituto Fecomércio Alagoas em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a taxa de endividamento em Maceió também tem acumulado uma sequência de seis altas sucessivas desde o início do ano.
De acordo com a Fecomércio, o atraso médio nos pagamentos geralmente chega a 65 dias. No entanto, o último levantamento apontou que 30,3% dos entrevistados assinalaram que estão com contas em atraso há 90 dias.
Segundo a pesquisa, 72,7% das famílias estão endividadas, o que representa um total de mais de 220 mil lares com o orçamento comprometido com alguma dívida.
Os dados demonstram ainda que 5,7% dos entrevistados, ou seja, mais de 17 mil famílias, declararam que não conseguirão pagar as suas contas.
Diante desse cenário, o orçamento de 58,3% das famílias está comprometido com dívidas que se estendem de três a seis meses; para 29,8%, o período é de seis meses a um ano; e, para 9,9%, mais de um ano.
A pesquisa aponta também que o principal meio utilizado para o pagamento foi o cartão de crédito, com 95,5%, seguido do carnê, com 24,7%, do financiamento de carro, com 3,9%, e do financiamento de casa, com 2,2%.
A nível nacional, a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que 79% das famílias brasileiras estão endividadas, ou seja, a cada dez lares, oito tem o orçamento comprometido com algum compromisso financeiro.
Para o economista e coordenador do Instituto Fecomércio, Victor Hortencio, em se tratando de expectativa dos empresários e intenção de consumo, maior movimentação econômica implica em mais endividamento como meio comum de aquisição de bens e serviços.
Contudo, ainda de acordo com o economista, o aumento no número de endividados, no contexto atual, pode estar sendo potencializado pela pressão inflacionária, principalmente no preço dos alimentos, o que contrai significativamente o poder de compra das famílias de faixa de renda mais baixa.
“É importante lembrar também que a melhora dos indicadores de ocupação no mercado de trabalho e as políticas de transferência de renda podem, por sua vez, estar contendo, indiretamente, um crescimento ainda mais acentuado do endividamento”, observa.