GANGUE FARDADA
Cinco acusados da execução do Cabo Gonçalves são julgados após 26 anos
Júri acontece hoje e amanhã no Fórum do Barro Duro
O julgamento de policiais participantes da ‘Gangue Fardada’ que assombrou Alagoas na década de 90 e são acusados de matar José Gonçalves da Silva Filho, mais conhecido como Cabo Gonçalves, começou no final desta manhã na 7ª Vara Criminal da Capital, localizada no Barro Duro. O julgamento é presidido pelo juiz Yulli Roter Maia e ocorrre 26 anos após o assassinato brutal da vítima com mais de 40 tiros de espingarda e metralhadora.
Os réus são: Eufrásio Tenório Dantas, Valdomiro dos Santos Barros, Talvanes Luiz da Silva, José Luiz da Silva Filho e Daniel Luiz da Silva. O promotor de Justiça no caso, representante do Ministério Público Estadual (MPE), é Thiago Riff Narciso. Pela manhã, aprimeira testemunha ouvida foi a irmã da vítima, Ana Valença.
Em agosto de 2019 foi realizado o primeiro julgamento do caso. Coronel Manoel Francisco Cavacante e seu irmão, Marcos Cavalcante sentaram nos bancos dos réus. Marcos foi absolvido e o coronel condenado a 21 anos de prisão pela morte do cabo.
O julgamento pode ser encerrado nesta quarta-feira,25, dependendo dos depoimentos.
O caso
Cabo Gonçalves foi executado em 9 de maio de 1996, com mais de 40 tiros, na capital alagoana, num posto de combustíveis na parte alta da capital.
Junto aos ‘irmãos Cavalcante’, também participaram da ação, segundo a denúncia oferecida pelo MPE –, pelo menos quatro PMs: Jaires da Silva Santos, o Jairo; Talvanes Luiz da Silva; cabo “João Fuba”, e Daniel Luiz da Silva Sobrinho.
Jairo esteve lotado no gabinete de João Beltrão na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) até 2015; Talvanes esteve preso em Tocantins pelo assassinato de Pedro Arapiraca e só deixou o corpo da Polícia Militar em 2016.
O cabo ‘João Fubá’ foi executado no bairro de Pescaria, em Maceió. Cabo Gonçalves havia feito várias denúncias quando permaneceu preso, respondendo por crimes encomendados.
Antes de morrer, Gonçalves acusou o coronel Cavalcante de realizar vários crimes, a mando do deputado João Beltrão, já falecido, e mais dois outros políticos do estado.
Vale ressaltar que o ex-deputado João Beltrão, único político réu até então, foi inocentado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas em outubro de 2017.
Publicidade
Continua após a publicidade