PMS INDICIADOS

Defesa vai pedir habeas corpus de militares acusados na morte de Marcelo Leite

Advogado dos militares acusa comissão de investigação da Polícia Civil de ter deixado a 'visão técnica de lado'
Por Tamara Albuquerque 08/02/2023 - 12:49
Atualização: 08/02/2023 - 19:18
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Divulgação
Marcelo Leite morreu em decorrência de um tiro de fuzil disparado em operação policial
Marcelo Leite morreu em decorrência de um tiro de fuzil disparado em operação policial

A defesa dos três policiais militares indiciados pela morte do empresário Marcelo Leite, caso ocorrido em 14 de novembro do ano passado durante uma abordagem em rodovia de acesso a Arapiraca, vai recorrer à Justiça para evitar a prisão preventiva dos clientes. Além disso, entrará com pedido de habeas corpus preventivo para garantir a manutenção da liberdade do trio.

Marcelo Leite foi atingido por um tiro de fuzil nas costas disparado por um PM, danificando órgãos vitais e provocando sua morte dias após a agressão, ao não parar no local de abordagem policial.

Os militares, segundo investigação realizada por uma comissão de delegados da Polícia Civil, foram indiciados por "plantar" uma arma de fogo no carro da vítima buscando respaldar a justificativa de legítima defesa, o que induziria o Poder Judiciário ao erro. Na versão apresentada pelos PMs, o empresário teria apontado a arma em direção à viatura, por isso os policiais atiraram. A versão foi descartada pelos investigadores que afirmam a inexistência da arma com a vítima.

O advogado dos militares, Napoleão Lima Júnior, garantiu ter justificativa "clara" para solicitar ao Judiciário o pedido de habeas corpus preventivo. Ele acusa dos policiais investigadores de terem deixado a "técnica de lado" e de terem agido com base no clamor social para punir os PMs.  Também acusou os delegados de não terem levado em consideração as informações prestadas pela perícia, que disse "ser possível" haver uma arma de fogo com o empresário naquela ocasião.

Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 7, os delegados Gustavo Xavier e Igor Diego informaram que o comandante da viatura seria indiciado por homicídio doloso, quando assume o risco de matar, além de fraude processual, por causa da arma de fogo implantada no carro, e denunciação caluniosa. O segundo policial militar seria indicado por fraude processual e denunciação caluniosa em razão de ter apresentado na Central de Polícia no dia do fato a ocorrência e a arma. Já o terceiro militar envolvido na desastrosa abordagem seria indiciado apenas por fraude processual. O trio está em liberdade.

Os delegados também disseram que enviariam ao Ministério Público do Estado (MP-AL) e ao Poder Judiciário uma representação com medidas cautelares, dentre elas o pedido de prisão preventiva dos dois primeiros PMs e o afastamento das funções do terceiro militar. 


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