CASO MARCELO LEITE
Advogado da família do empresário morto por PMs questiona inquérito
Polícia Civil indicia 3 dos 6 militares envolvidos e pede a prisão preventiva de 2O advogado que representa a família do empresário Marcelo Leite, morto por policiais militares em novembro do ano passado, em Arapiraca, não ficou satisfeito com o desfecho do inquérito policial anunciado na última terça-feira, 7, pelo delegado geral da Polícia Civil, Gustavo Xavier, e pela comissão de delegados da Deic (Divisão Especial de Investigações e Capturas) nomeada para investigar o caso. Ao EXTRA, o advogado Leonardo Moraes confessou que esperava um pouco mais, diante da confirmação dos indícios de que a arma supostamente encontrada com o empresário foi “plantada” pelos militares.
Os delegados também pediram a prisão preventiva de dois dos militares indiciados: Jilfran e Ariel. “Estamos quase que totalmente satisfeitos. Existem agentes públicos da outra viatura que realizaram afirmações inverídicas durante o inquérito e também deveriam ter sido denunciados visto que dar falso testemunho na delegacia também é caracterizado crime contra a imagem do Marcelo”, disse Leonardo de Moraes, afirmando que agora aguarda parecer do Ministério Público de Alagoas para planejar os próximos passos.
De acordo com o delegado Igor Diego, coordenador da Deic, “os policiais da segunda guarnição não cometeram nenhum crime. Eles só atiraram nos pneus depois de terem sido alertados pela Pelopes 1, o que caracteriza cumprimento do dever legal em uma abordagem e não colocou em risco a vida do empresário”.
Ainda segundo o delegado, ao longo dos quase três meses de investigação foram ouvidas sete testemunhas que tiveram as versões confrontadas com as dos policiais e que, aliadas às provas da polícia científica, foram encontrados indícios de crimes apenas contra os policiais da primeira viatura que supostamente teriam avistado um revólver calibre 38 junto ao empresário no veículo modelo Creta.
“No momento em que o veículo se deparou com as viaturas, dois militares alegaram que viram o condutor do veículo com uma arma de fogo, mas a perícia constatou que nas condições de luminosidade era possível visualizar perfeitamente se ele tivesse portando algum objeto, mas a perícia não afirma que ele estava portando arma de fogo. Diante dos argumentos trazidos, entendemos que a arma de fogo não existiu, não estava dentro do veículo e foi apresentada posteriormente na delegacia”, completa.
Arma plantada
Ao EXTRA, o delegado Welington Melo detalhou parte da investigação que levou à convicção da Polícia Civil de que o revólver foi “plantado” no veículo da vítima. “Ouvimos sete testemunhas ao longo dos três meses e, depois de confrontar as versões com o que os militares contaram na delegacia e depois em novos depoimentos, foi possível entender o que de fato tinha acontecido naquela noite”.
Mesmo com as testemunhas afirmando que não foram encontradas armas no local, aliado ao laudo da perícia afirmando que, seria possível apenas observar objetos no interior do veículo e não afirmar do que se tratava, os militares mantiveram a versão durante os depoimentos.
Leia a matéria na íntegra no Jornal Extra, nas bancas!