MACEIÓ

Enfermagem em Alagoas faz mobilização nesta terça-feira em defesa do piso salarial nacional

Categoria alerta ao poder público e sociedade para cumprimento da lei que instituiu o piso nacional
Por Tamara Albuquerque 13/02/2023 - 13:07
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Sateal/Arquivo
Categoria em mobilização pela garantia de direitos
Categoria em mobilização pela garantia de direitos

Profissionais da área de Enfermagem em Alagoas prometem fazer uma grande mobilização na manhã desta terça-feira, 14, em defesa da implantação do piso salarial nacional da categoria. O pagamento do piso, no valor de R$ 4.750,00 para enfermeiros, R$ 3.325,00 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375,00 para auxiliares e parteiras, ainda permanece sem definição desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu os efeitos da Lei 14.434/2022 pela falta de indicação da fonte de financiamento e pelos riscos à solvabilidade das finanças de Estados e Municípios.

A mobilização desta terça-feira será realizada em frente ao prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/AL), no Centro de Maceió, a partir das 8 horas e com previsão de término para a tarde. Foram convocados todas as categorias da área, inclusive, estudantes e sociedade em geral que apoia os profissionais. Segundo o presidente do sindicato da categoria (Sateal) Mário Jorge, são mais de 22 mil profissionais a espera da melhoria salarial.

Neste sábado, o conselheiro do Cofen, enfermeiro Daniel Menezes de Souza, esclareceu em entrevista alguns pontos importantes sobre o piso salarial da Enfermagem. Ele explicou que a categoria acredita que o piso vai ser pago em brevidade, ainda nesse primeiro semestre.

"Quando a lei foi aprovada no meio do ano não havia uma discussão da constitucionalidade dela e também de onde viriam as fontes de custeio. Depois da sanção presidencial, a gente já teve aprovação da Emenda Constitucional 124, que colocou o piso na Constituição. E por último, no final do ano, nós aprovamos uma segunda emenda constitucional – a EC 127 – que criou um fundo que está sendo chamando de FUNDENF (Fundo da Enfermagem) muito semelhante ao fundo que já existe para a educação, onde foi disponibilizada as fontes de recursos para cobrir o financiamento dos entes públicos e também dos segmentos privado e filantrópico que são os que realmente estavam demandando essa discussão de onde viria o custeio para fazer esse aporte financeiro", disse.

"A criação da emenda constitucional fez com que o fundo fosse criado através do remanejamento de recursos do superávit dos fundos públicos federais e também de um percentual da exploração do pré-sal que tem que ir pra pra educação e pra saúde e que nunca havia sido utilizada até hoje".

O conselheiro explica que a Emenda Constitucional124 colocou o prazo de adequação para o ano fiscal seguinte à aprovação da lei, ou seja, já no ano de 2023. Alguns municípios e estados, como por exemplo a Paraíba, já estão pagando piso porque tinham condições de fazê-lo, mesmo sem o aporte financeiro do governo federal.

"O fundo nacional faz esse remanejamento da seguinte maneira. Primeiro havia uma dúvida e esse foi o despacho do ministro Luiz Barroso, do STF, quando ainda não havia revogado a liminar que suspendeu a lei. Ele questiona como vão ser distribuído esses valores. Então fizemos o levantamento junto ao Tesouro Nacional e hoje existe só no superávit dos fundos públicos federais R$ 28 bilhões disponíveis para esse remanejamento, ou seja, para 2023 nós teremos mais do que o necessário do recurso. E para os demais dez anos essa fonte de financiamento estaria garantida pelo que foi analisado pelos técnicos do Tesouro Nacional. E justamente a Medida Provisória é uma lei necessária pra fazer essa engenharia da distribuição de recursos. Por isso que ela está um pouco demorada, porque não é algo tão simples".

Segundo o enfermeiro, será preciso remanejar esses recursos dos fundos, através de um aditivo no orçamento da União e alteração na LDO, depois repassar os recursos para o Ministério da Saúde no seu orçamento. "Este sim, vai repassar os valores para municípios e estados, que por sua vez através das contratualizações do SUS poderão repassar os valores para a iniciativa privada filantrópica, conforme a contratualização" explicou.

A categoria programou para o dia 10 de março uma paralisação das atividades caso a Medida Provisória não avance na tramitação.




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