ECONOMIA
Pandemia agravou a miséria e colocou Alagoas como 3º estado com mais pobres em 2021
50,36% da população alagoana entrou na linha de pobreza em 2021
O contingente de pessoas com renda domiciliar per capita até R$ 497 mensais atingiu 62,9 milhões de brasileiros em 2021, cerca de 29,6% da população total do país, segundo o estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social). O número corresponde a 9,6 milhões de pessoas a mais que o verificado em 2019; quase um Portugal de novos pobres surgidos ao longo da pandemia do coronavírus (covid-19).
A pandemia agravou a miséria no Brasil em 2021 e colocou Alagoas em 3º lugar entre os estados com maior proporção de pobres no país. Pelo estudo, 50,36% da população alagoana entrou na linha de pobreza em 2021. No ano anterior, o estado registrava 44,37% na mesma situação.
Em 2019 o percentual era 48,48% e em 2018, 49,98% da população sobrevivendo com R$ 497 mensais. A mudança da pobreza de 2019 a 2021 por unidade da federação em pontos percentuais na pandemia revela que o maior incremento se deu em Pernambuco (8,14%) e as únicas quedas de pobreza no período foram observadas em Tocantins (0,95%) e Piauí (0,03%).
No período, Alagoas registrou um incremento de 1,9% sobre a pobreza, sendo que Maceió teve alta de 1,99% e o entorno metropolitano de Maceió teve alta de 15,70%. Já no litoral Norte e região da Mata, a pobreza cresceu 1,39% e no litoral Sul e Agreste houve alta de 1%.
O único resultado positivo foi visto no Sertão onde a pobreza encolheu 0,81%. Se a fotografia da distribuição de renda é péssima, o filme da pandemia também é. Mesmo com o Auxílio Emergencial, que preservou a renda dos mais pobres, ao contrário do que se acreditava a desigualdade de renda brasileira não caiu em 2021.
As perdas dos mais ricos (dos 1%+ foi -1,5%) foram menos da metade das perdas da classe média (-4,2%), a grande prejudicada da pandemia, segundo o estudo da FGV. “Os mais pobres tiveram a renda preservada, com crescimento de 0,2% devido ao auxílio emergencial. Os mais ricos perderam 1,5%. Mas a renda do meio da distribuição, a da classe média, caiu quase três vezes mais que isso, 4,2%. Isso levou a um aumento da desigualdade”, destaca a coordenação do estudo Mapa da Riqueza.