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Arthur Lira emprega parentes de ex-assessor investigado em estatal, diz jornal
Segundo a reportagem do Estadão, os parentes de Cavalcante foram contratados por Lira na CBTUACESSIBILIDADE
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), contratou parentes de Luciano Cavalcante, ex-assessor da liderança do PP na Casa, em uma estatal. A informação foi revelada pelo jornal O Estado de S.Paulo. Cavalcante está sendo investigado por um suposto esquema de desvio de dinheiro público destinado à compra de kits de robótica para escolas em Alagoas, base eleitoral de Lira.
Já Carlos Jorge Ferreira Cavalcante, irmão de Luciano e conhecido como "Carlito", é superintendente da CBTU em Maceió, recebendo um salário de R$ 19.487. Carlito conseguiu o cargo com o apoio do presidente da Câmara e do pai deles, Benedito de Lira, o Biu, atual prefeito de Barra de São Miguel (AL). Nas últimas três eleições, Carlito fez campanha para Lira e Biu, compartilhando fotos ao lado de Lira em comícios e outros eventos políticos em Alagoas nas redes sociais.
A CBTU é responsável pela administração de trens urbanos em cinco capitais do país, com um orçamento de R$ 1,3 bilhão. Apenas no ano passado, a unidade em Maceió movimentou R$ 23 milhões em recursos federais. O diretor-presidente da companhia, José Marques de Lima, também foi indicado por Lira e recebe um salário de R$ 25.705.
Além disso, até mesmo uma prima do presidente da Câmara, Orleanes Lira, faz parte da equipe comissionada da estatal. Orleanes ocupa o cargo de gerente da companhia, recebendo um salário de R$ 13.313. Luciano Cavalcante foi exonerado por Lira no dia 2 deste mês. O ex-assessor está sendo investigado por um suposto esquema de compra de kits de robótica com recursos do "orçamento secreto".
Na semana passada, a Polícia Federal realizou mandados de prisão e busca e apreensão contra aliados de Arthur Lira, no contexto da investigação sobre a compra dos kits de robótica para cidades de Alagoas, utilizando recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Durante a operação, foi apreendido um cofre contendo pelo menos R$ 4,4 milhões em dinheiro em espécie.
Os kits de robótica custaram R$ 26 milhões, e o financiamento veio de emendas de relatores conhecidas como "orçamento secreto", as quais, na época, eram controladas por Lira. Conforme reportagem da Folha do ano passado, as escolas que receberam os kits de robótica sequer possuíam água encanada, internet ou computadores.
A empresa responsável pelo fornecimento dos equipamentos, denominada Megalic, pertencia a um aliado do presidente da Câmara. Segundo a Folha, cada kit de robótica custou R$ 14 mil aos cofres públicos, porém foram adquiridos pela Megalic a R$ 2,7 mil.
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