POLÍTICA
Câmara de Rio Largo recebe pedido de CEI para investigar Gilberto Gonçalves
Grupo pede que sejam apuradas as responsabilidades do prefeito no caso de uma venda ilegal de uma área públicaOs ativistas políticos Alex Fernandes dos Santos, Helder Cavalcante de Moura, Cícero Leonardo Terto da Silva e Marivaldo Fragoso pediram a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara Municipal de Rio Largo para investigar o prefeito, Gilberto Gonçalves.
Os requerentes pedem que sejam apuradas as responsabilidades de Gonçalves sobre a operação fraudulenta envolvendo a venda ilegal de uma área pública pertencente ao Município de Rio Largo. O espaço de 2 milhões de metros quadrados, avaliado em R$ 68 milhões, foi vendido, sem que fossem seguidos os trâmites legais, pelo valor de R$ 0,25 o metro quadrado a uma empresa chamada MSL Empreendimentos LTDA, do grupo Buriti. Prefeito e de todos os vereadores por Rio Largo foram alvos de mandado de prisão.relacionadas_esquerda
Em 2020, o promotor de justiça da 2º Vara Civil de Rio Largo apresentou, em conjunto com o Procurador-Geral de Justiça de Alagoas, um acordo de não persecução civil para finalizar o processo. Ficou acordado que a MSL Empreendimentos LTDA executaria uma obra de saneamento em conjuntos habitacionais no bairro do Brasil Novo, no valor de R$ 15 milhões, e que os demais envolvidos pagariam uma multa e reconheceriam o crime. Além disso, a empresa ficaria com o terreno de mais de 2 milhões de metros quadrados.
Os requerentes defendem que a legislação que estabelece o acordo de não persecução civil estabelece que, para o juiz aceitar o referido acordo, se não puder devolver o bem, os réus devem fazer uma reparação com o pagamento que corresponda ao dano causado, o pagamento de multas, o reconhecimento da culpa e o cumprimento da parte da pena a ser definida.
"Mas nesse caso de Rio Largo, o criminoso, ou seja, a MSL Empreendimentos LTDA, ficou com o imóvel adquirido de forma ilegal para vender e obter lucro, e os demais envolvidos pagaram multas e ficaram impunes e o município ficou sem a terra e apenas com o compromisso da empresa executar as obras de saneamento, as quais não correspondem nem à metade do valor real do terreno", diz um trecho do requerimento.
O grupo requerente defende que prefeito e vereadores cometeram prevaricação ao não questionar o acordo "danoso ao Município".
"O prefeito Gilberto Gonçalves, ao não ter recorrido desse acordo danoso ao Município e à toda a população, e ao ter sido conivente com a continuidade da legalidade, cometeu crime de prevaricação e renúncia dos bens e rendas públicas pertencentes ao Município, assim como os demais envolvidos, os quais, em seus respectivos cargos, têm responsabilidade legal em conjunto com o prefeito", argumenta.
Os requerentes pedem que Gonçalves, o Promotor de Justiça Magno Alexandre, o Procurador-Geral de Justiça de Alagoas, o Procurador-Geral do Município, todos os procuradores municipais e todos os envolvidos no acordo sejam intimados para prestar esclarecimentos.
O grupo também informa que o referido acordo é alvo de investigação disciplinar no Conselho Nacional do Ministério Público e que, por isso, haverá "ações judiciais requerendo a nulidade do acordo e a responsabilização dos envolvidos".
A Câmara de Vereadores de Rio Largo já havia acatado em agosto de 2022 uma denúncia com pedido de abertura de Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar o prefeito Gilberto Gonçalves. À época, o prefeito chegou a ser preso pela Polícia Federal (PF) preventivamente no âmbito da operação Beco da Pecúnia, que investigava ilegalidades nas contratações e pagamentos realizados pelo município de Rio Largo em favor de duas pessoas jurídicas para aquisições de material de construção, peças e serviços para veículos, que teriam recebido do citado município o valor aproximado de R$ 20 milhões.
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