Governo recorre a Lula por candidato a prefeito em Maceió

O governador Paulo Dantas (MDB) quer apressar a vinda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Alagoas. Porque o grupo, encabeçado pelo senador Renan Calheiros (MDB), tenta transformar a popularidade do presidente em nomes no cenário eleitoral da capital.

Nenhum governista tem força suficiente para barrar a reeleição do prefeito JHC (PL), hoje tutelado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). Nem consegue desarticular a estratégia da oposição rumo ao Palácio República dos Palmares. Jota quer vencer em 2024, renunciar no segundo ano de mandato para disputar e ganhar o governo do Estado em 2026.

Os Calheiros estão no comando do Executivo estadual há 9 anos. Paulo Dantas virou governador porque a eleição foi indireta, puxada pelo presidente da Assembleia, Marcelo Victor (MDB). Era um deputado desconhecido e de uma família tradicional do Sertão. Depois, foi para a reeleição, levou Lula no palanque, os Calheiros, deputados e, mesmo assim, venceu o senador Rodrigo Cunha (Podemos) por uma margem pequena de 74.194 votos.

Paulo Dantas aumenta o ritmo da agenda, varando os finais de semana. Os enxadristas do governo lançam nomes – do suplente de deputado Lobão (Solidariedade) aos deputados estadual Alexandre Ayres (MDB) e federal Rafael Brito (MDB). Mesmo assim, não é suficiente.

O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), e o vice-governador Ronaldo Lessa (PDT) poderiam, nas contas palacianas,
barrar a escalada ao poder de JHC.

Mas é improvável que Renan Filho deixe Brasília, após ser eleito senador ano passado, e Lessa abandone uma futura possibilidade de virar governador em troca de muitas dúvidas sobre uma eleição no maior colégio eleitoral de Alagoas que, ao que parece, está com favas contadas.

Afinal Paulo Dantas pode disputar a segunda vaga ao Senado em 2026. A outra é de Renan Calheiros que vai para a reeleição.

Esta semana, uma ideia manjada saiu da gaveta e foi para cima da mesa: Rui Palmeira, ex-prefeito da capital, como candidato em Maceió.

Ele será a voz e o rosto do programa federal Minha Casa, Minha Vida. Serão três mil casas – poucas ainda – 1.360 delas em Maceió, impacto em 5.050 eleitores. Uma ninharia quando o cenário favorece o atual prefeito.

Casas construídas em quatro bairros, gerando mil empregos diretos:

- No Centro de Maceió, na Rua Barão de Atalaia, próximo à Ladeira Geraldo Melo, 160 casas em terreno do governo do Estado. “É o primeiro projeto do Minha Casa, Minha Vida em área central de uma capital em todo o país, com investimentos previstos de R$ 27.200.000,00, geração de 150 empregos diretos e cerca de 700 pessoas beneficiadas” diz a Agência Alagoas.

- No bairro da Santa Lúcia serão 288 unidades, com investimentos previstos de R$ 48.960.000,00 e geração de 150 empregos diretos, beneficiando 1.150 pessoas;

- No Antares, 168 unidades habitacionais, com investimentos de R$ 28.560.000,00 e a geração de 100 empregos diretos, beneficiando 700 pessoas.

- Em Marechal Deodoro “serão 310 unidades, com investimentos previstos de R$ 44.020.000,00 e geração de 200 empregos diretos, beneficiando 1.240 pessoas”, segundo informa a Agência Alagoas.

“Vamos garantir para o maceioense e o alagoano moradia digna por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, que retornou após muitos anos. Conseguimos no Ministério das Cidades reservar 3 mil unidades para nós construirmos aqui em Alagoas. Essa primeira etapa vamos levar para quatro bairros de Maceió e também para o município de Marechal Deodoro. Mas, com toda a certeza, iremos contemplar todo o estado de Alagoas”, disse o governador.

“Estou muito feliz em assinar essas propostas e ver Alagoas sendo o estado pioneiro. A Caixa abriu hoje para receber propostas do Minha Casa, Minha Vida faixa 1 e nós, no mesmo dia, estamos apresentando esses projetos de moradias. Serão 1.626 famílias que, em breve, terão dignidade, um teto, um lar. Pessoas que vivem em área de risco terão a sua tão sonhada casa própria”, disse o secretário Rui Palmeira.

“São vários avanços que estamos buscando para nosso estado, olhando efetivamente para quem mais precisa. Serão quase R$ 270 milhões somente nesses cinco residenciais”, acrescentou.

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