SEM SALÁRIOS
Médicos vão parar atendimento em hospital e maternidade por falta de pagamento
Categoria está há quatro meses sem receber e aponta como causa a ausência do repasse do Promater
Médicos que trabalham no Hospital e Maternidade Santo Antônio, em Maceió, devem paralisar as atividades por falta de pagamento salarial no Hospital e Maternidade Santo Antônio, localizado no bairro Cambona, em Maceió. A unidade é conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O anúncio é do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed-AL), que externou nesta segunda-feira, 6, a situação extremamente delicada da unidade provocada pelo atraso no pagamento do incentivo Promater [programa de incentivo com recursos do Fundo Estadual de Saúde (FES)], por parte da @saudealagoas.
"Há quase um ano que não ocorre o repasse regular desse recurso financeiro aos hospitais e, com isso, o salário dos profissionais médicos está em atraso há quase quatro meses. Existe possibilidade real de suspensão ou redução dos serviços às usuárias da rede pública de saúde, tanto da capital quanto do interior.
A Maternidade Santo Antônio é de risco habitual, atende cerca de 3.000 gestantes na urgência e emergência, e tem uma média de 300 partos por mês.
"A paralisação vai sobrecarregar outras unidades de saúde, isso porque a Maternidade Santo Antônio tem uma área de cobertura grande dentro da capital, fora as gestantes do interior. Então, quando uma maternidade como essa paralisa seus serviços, essa demanda de gestantes acaba superlotando outras maternidades, até as de alto risco, prejudicando, e muito, a Rede Cegonha", esclarece a presidente do Sinmed, Sílvia Melo, que é obstetra.
A médica aponta a situação como crítica. “Suspender ou reduzir o atendimento à população é uma decisão difícil que queremos adiar o quanto for possível. Há um desrespeito grande com a categoria médica, vivemos um momento extremamente difícil, com bombardeio de todos os lados. No serviço público há um achatamento salarial e só algumas vezes respiramos com negociações positivas. Nós somos vítimas de uma precarização absurda do trabalho. Nossa compreensão é clara de que quem trabalhou deve receber”, pontuou.
Publicidade