Braskem admite 'deslocamento abrupto' do solo no Mutange, em Maceió

Em ofício enviado nesta quarta-feira, 29, à Defesa Civil de Maceió, ao qual o EXTRA teve acesso, a Braskem admite que houve deslocamento abrupto do solo, com possível sinkhole -- escorregamento de terra que cria enormes crateras, levando para o seu interior tudo o que se encontra no diâmetro do vazio, incluindo ruas, casas e prédios.

No documento, a empresa afirma que, ao longo da manhã desta quarta-feira, foi detectando um coericjnete de aproximadamente 0,4 e um possível deslocamento abrupto do solo para as 13h. A atualização mais recente incluída no ofício é a de um coeficiente de aproximadamente 0,8 e um possível deslocamento abrupto do solo para as 16h48.

O documento também informa que drones foram utilizados para tirar fotos da área onde acontece a movimentação atípica do solo, localizadas acima da mina número 18 (veja o mapa abaixo). As imagens foram enviadas à Defesa Civil de Maceió.

A Braskem iniciou o fechamento das 35 minas de extração de sal-gema em 2019, depois que a mineração realizada pela empresa foi apontada como a principal causa das rachaduras que surgiram no solo e em imóveis de cinco bairros de Maceió. Entretanto, os trabalhos de preenchimento das minas foram paralisados depois que novos tremores foram registrados.

Desde o início do mês, foram registrados ao menos cinco abalos sísmicos na capital. Nesta quarta, 29, a Defesa Civil alertou para o "risco iminente de colapso em uma das minas monitoradas", que são as cavernas abertas durante décadas de mineração na capital alagoana. Por segurança, o órgão recomendou que seja evitada a circulação de pessoas e de embarcações na lagoa próximo ao Mutange.

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