Na tarde da última segunda-feira, 29, a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Rio São Francisco realizou uma visita à comunidade de pescadores do Lago da Perucaba, em Arapiraca, onde constatou uma situação de clara vulnerabilidade social.

A equipe identificou que os pescadores enfrentam ameaças devido ao avanço imobiliário no entorno e à ausência de políticas públicas, como acesso à água encanada e coleta de lixo.

A comunidade, composta por 14 famílias, está enfrentando os impactos da gentrificação em seu espaço. O antropólogo Ivan Farias, coordenador da equipe, explicou que “a gentrificação ocorre quando a valorização urbana e o aumento do custo de vida geram um aumento na desigualdade social e territorial, exatamente como vemos aqui”.

Os moradores relataram um sentimento de abandono por parte do município, destacando a falta de infraestrutura básica, como água encanada e coleta de lixo, enquanto observam os condomínios vizinhos receberem mais atenção das autoridades.

A visita à comunidade foi uma iniciativa da Equipe de Comunidades Tradicionais e Patrimônio Cultural, que reúne representantes de diversas instituições, incluindo a Fundação Cultural Palmares, o Ministério Público Federal e a Universidade Estadual de Alagoas.

O procurador da República Érico Gomes ressaltou a diferença nas condições de vida dos pescadores em comparação com os moradores dos condomínios de alto padrão próximos, destacando a vulnerabilidade da população tradicional em contraste com o desenvolvimento urbano da região.

A comunidade do Lago da Perucaba é formada por membros da Colônia de Pescadores Z-43, que possuem uma relação importante com o meio ambiente e dependem dos recursos naturais para sua subsistência. Proteger essas comunidades é essencial para garantir a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável da região.