INQUÉRITO

Delegado que investigou ex-assessor de Arthur Lira vira alvo da PF

Thiago Curvelo coordenou a Operação Hefesto, deflagrada em junho de 2023
Por Redação 17/05/2024 - 12:56

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Divulgação
Arthur Lira e Luciano Cavalcante
Arthur Lira e Luciano Cavalcante

A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito contra Thiago Curvelo de Siqueira Neves, delegado responsável pela investigação de um suposto esquema de compra de kits de robótica com recursos do Ministério da Educação. A ação ocorreu após pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e foi revelada nesta sexta-feira, 17, pela Agência Pública.

Neves, delegado da PF em Alagoas, coordenou a Operação Hefesto, deflagrada em junho de 2023, que envolveu o ex-assessor de Lira, Luciano Cavalcante. O inquérito foi aberto após Lira protocolar uma representação na PF em Brasília, alegando abuso de autoridade e vazamento de informações sigilosas.

Fontes da PF ouvidas pela Agência Pública consideram a atitude de Lira uma tentativa de coação para inibir futuras investigações. A ação também atinge o procurador Manoel Antônio Gonçalves da Silva, que agora é alvo de procedimento pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

A investigação que atingiu o ex-assessor de Lira foi arquivada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes em setembro de 2023, que alegou "usurpação de competência". Lira não foi alvo da operação, mas se irritou com o vazamento de informações sobre apreensões ligadas ao seu nome.

O nome "Arthur" apareceu em anotações apreendidas no carro de Wanderson de Jesus, motorista de Cavalcante. A esposa de Wanderson, Katia Regina de Lima Ferreira, trabalhou no gabinete de Lira até junho de 2023. Em entrevista ao programa Roda Viva, Lira negou conhecer os documentos.

Após a apreensão de documentos, o juiz federal Roney Raimundo Leão Otilio encaminhou a investigação ao STF. Em setembro, Gilmar Mendes anulou as provas, alegando que a PF deveria ter iniciado a investigação no STF devido ao foro privilegiado de Lira.

Além de anular a investigação, Mendes ordenou a destruição de 40 quilos de documentos e 5 terabytes de informações captadas. As gravações telefônicas feitas pela PF, que nunca foram publicadas, incluíam conversas de Cavalcante no primeiro semestre de 2023.


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