SAÚDE

Entenda a diferença entre medicamento genérico, similar e de referência

Nenhuma das opções afeta de forma negativa o tratamento do usuário, o que diferencia é o valor
Por ASSESSORIA 23/05/2024 - 20:16

ACESSIBILIDADE

Brasil61
Medicamentos genéricos, similares e de referência possuem a mesma substância
Medicamentos genéricos, similares e de referência possuem a mesma substância

Dentro da categoria dos medicamentos, sejam eles controlados ou não, existem três tipos: similar, genérico ou de referência. Muitas pessoas se confundem na hora de comprar o remédio por não saber a diferença entre cada um. Para auxiliar nessa dúvida, a farmacêutica Leyla Passos, que atua no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf), vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), explica o que diferencia cada uma das três opções disponíveis nas drogarias.

Segundo Leyla, nenhuma das três opções de medicamentos age de forma negativa no tratamento do consumidor, pois todas essas classes de remédios causam os mesmos efeitos no organismo, pois os genéricos, similares e de referência têm os mesmos princípios ativos em sua formulação e podem ser usados por qualquer pessoa, mediante uma prescrição médica.

“Não há alteração nenhuma no princípio ativo das medicações. O responsável pela diferença no preço, em muitos casos, é o laboratório que produziu e precificou. Já os genéricos são mais baratos. De toda forma, os medicamentos devem apresentar testes de bioequivalência, no caso dos genéricos, e de biodisponibilidade, para os similares, que comprovem a eficácia”, explicou a farmacêutica da Sesau.

MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA

A especialista explica que os medicamentos de referência, ou “originais” como são chamados, são o resultado de muitos anos de pesquisa e testes que garantem sua eficácia e segurança, aprovados pelas agências reguladoras de saúde dos países. O preço mais alto desses medicamentos é para compensar o custo do desenvolvimento, e não está relacionado à sua eficácia.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite que a farmacêutica que desenvolveu um medicamento tenha exclusividade comercial por 20 anos, a partir do registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Isso recompensa o esforço de trazer um novo medicamento ao mercado. Entretanto, os preços são controlados pela Comissão Interministerial de Preços para evitar abusos.

GENÉRICOS

Após os 20 anos de exclusividade da empresa que desenvolveu a medicação, a patente é quebrada e as informações sobre o remédio, guardadas pela farmacêutica até então, se tornam públicas. Depois disso, outras indústrias podem produzir o medicamento e submetê-lo à aprovação da Anvisa. Caso a liberação seja concedida, o remédio pode ser vendido nas farmácias como um genérico, identificado com uma tarja amarela e a letra G em destaque.

“Os genéricos não usam o nome comercial na embalagem, e sim, o nome da substância ativa. Apesar dessa diferença, é importante ressaltar que os genéricos contêm os mesmos princípios ativos, na mesma forma e dose do medicamento de referência. Por isso, podem ser usados sem nenhum problema. Como os genéricos, geralmente, são 35% mais baratos que os medicamentos de referência, proporcionam um maior acesso a população”, disse Leyla Passos.

Em 1999, o genérico foi instituído como política pública no Brasil, por meio da Lei nº 9.787, que busca tornar tratamentos mais acessíveis à população de baixa renda do país. Em 2004, a Anvisa publicou uma resolução que obriga os genéricos a custar, pelo menos, 35% menos do que o remédio de referência. Segundo o Ministério da Saúde (MS), atualmente, já existe a versão genérica para mais de 50% de todos os medicamentos de referência.

SIMILARES

O remédio similar nada mais é do que um genérico com marca. Portanto, não deixam de ser uma cópia do medicamento de referência, mas podem ter um nome fantasia e uma embalagem diferente, sem a obrigação de custar menos, como um genérico. A farmacêutica da Sesau também ressalta que o similar deve ter os mesmos princípios ativos, concentração, forma farmacêutica e via de administração, que a medicação de referência.

De todo modo, vale frisar que é possível ir à farmácia com uma receita de medicamento de referência e pedir por um genérico ou similar e vice-versa, sem qualquer prejuízo ao tratamento. Mas a recomendação da farmacêutica é focar na relação custo-benefício e escolher o que for melhor para o bolso no momento de comprar os medicamentos.


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