POLÍTICA
Ronaldo Medeiros diz que Paulão "dirige" PT em AL "de forma autoritária"
Segundo Medeiros, é do gabinete do deputado federal que saem as decisões adotadas pelo partidoO deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT) criticou Paulão (PT) e afirmou que, mesmo não sendo dirigente do PT em Alagoas, o deputado federal comanda o partido de forma "autoritária e centralizadora". A declaração foi dada por meio de nota divulgada nesta quinta-feira, 20.
"Quando saí do PT foi pelas mesmas razões que os companheiros Judson Cabral e o finado Izac Jacson: a forma autoritária e centralizadora como o companheiro Paulão dirige o partido em Alagoas. Mesmo não sendo dirigente, é de seu gabinete que saem as decisões políticas adotadas pelo partido. Tudo bem que o parlamentar influencie os rumos do PT no estado, mas a tomada de decisão deve se dar nas instâncias coletivas", afirma Medeiros.
A nota foi divulgada após Paulão dizer, durante uma entrevista concedida ao portal Cada Minuto, que considera Medeiros um "adversário".
"Nossos adversários, são a extrema-direita, são aqueles que sugam as riquezas do povo para deixá-lo pobre, são aqueles que desejam um Brasil submisso perante potências estrangeiras, que entregam nossas riquezas ao grandes capitalistas internacionais, são aqueles que tentam nos transportar de volta à Idade Média com uma agenda pseudo moral no Congresso Nacional", afirma Medeiros.
Para ilustrar seu descontentamento, Medeiros lembrou que Paulão antecipou de sua pré-candidatura ao Senado para 2026, sem consultar sua própria tendência interna. Para o parlamentar, "toda e qualquer candidatura majoritária, essencialmente, requer construção coletiva e planejada para que toda uma engrenagem política passe a funcionar em torno dela".
"O foco do companheiro deveria ser a pré-campanha de Ricardo Barbosa à prefeitura de Maceió. Mas Paulão prefere atropelar mais uma vez o partido ao anunciar rompimento com o governador Paulo Dantas, caso o PT tenha que abrir mão da disputa em Maceió para manter seus espaços no governo. Em momento algum esse tema foi pauta de discussão nas instâncias deliberativas do PT, tampouco o autorizou a tratar disso em entrevistas", continua Medeiros.
Medeiros menciona ainda que a retirada de seu nome para a disputa à prefeitura de Maceió aconteceu por "razões de construção política". O parlamentar também demonstrou preocupação com relação ao desempenho do PT nas eleições deste ano.
"Neste ano, temos as eleições municipais e precisamos eleger o maior número de prefeitos e vereadores possível. Precisamos de um PT forte, atuante e mais influente na política em Alagoas".
O deputado estadual defendeu que Paulão parece querer construir o "clima" de 2016, quando rompeu com o governo Renan Filho pelas redes sociais. "É evidente que em seguida o PT reafirmou a posição, e por unanimidade, para proteger Paulão, não lhe tirando autoridade política. O PT voltou ao governo Renan Filho pouco tempo depois. Mas até quando o PT vai girar em torno de Paulão?", questiona.
"O resultado disso tem sido um partido com baixa representação, ocupando somente uma prefeitura entre as 102 de Alagoas e um número pequeno de vereadores no estado. É chato expor problemas internos do PT. Roupa suja devemos lavar em casa. Ainda mais nesse momento, pois precisamos focar na sustentabilidade do governo Lula, aqui em Alagoas e nacionalmente, e criar crises internas e externas não deveria ser pauta do companheiro Paulão", alfineta Medeiros.