SAÚDE

Alagoas lidera casos de amputação de pés em diabéticos; MP busca prevenção

Procuradores iniciam discussão para implantar projeto no estado para prevenir cirurgias radicais
Por Tamara Albuquerque 21/06/2024 - 08:52

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Agencia Brasil
Equipamento para medir índice glicêmico, auxiliando no controle da diabetes
Equipamento para medir índice glicêmico, auxiliando no controle da diabetes

Levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) realizado no ano passado colocou Alagoas no topo da lista dos estados que mais registrou alta no número de amputações de membros inferiores (pernas ou pés) em pessoas diabéticas em cirurgias realizadas pelo Sistema Único de Saúde. O estado teve crescimento de 214% na comparação em dez anos– um salto de 182 para 571 procedimentos. 

De acordo com especialistas, com o tratamento adequado e informação, os números de amputações podem cair em mais de 80%. Apesar do cenário assustador, Alagoas carece de um programa de saúde amplo e excepcionalmente direcionado para promover a redução desses casos.

A situação é grave no país. Apenas em 2023, os registros alcançaram a marca de 31.190 procedimentos realizados pelo SUS, o que significa que, a cada dia, pelo menos 85 brasileiros tiveram pés ou pernas amputados na rede pública. Mais da metade dos casos de amputações envolvem pessoas com diabetes.

Esta semana o procurador-geral de Justiça, Lean Araújo, reuniu-se com o médico Guilherme Pitta para discutir a criação de um projeto de prevenção do pé diabético, condição que ocorre em pessoas com diabetes não controlado e que pode resultar em amputação. 

Na Câmara Municipal de Maceió já tramita um projeto de lei que institui o Programa de Atendimento ao Pé Diabético, de autoria do vereador Leonardo Dias, movimento que surgiu a partir de diálogos suscitados pelo médico Guilherme Pitta. “Em vias de ser implementado no âmbito do Município Maceió, aproveitamos para discutir durante o encontro a possibilidade de também estendermos essa iniciativa a todo o estado, tendo em vista que Alagoas tem registrado altos índices de amputação de pés diabéticos”, destacou Lean Araújo.

De acordo com o médico, a ideia é trabalhar com a prevenção, identificando precocemente diabéticos com feridas que necessitam de tratamento. Para tal, é necessária a devida capacitação dos profissionais que atuam nas unidades de saúde para que eles saibam identificar os pacientes que precisam de atendimento especializado.

O Ministério Público dará encaminhamento a essa pauta na tentativa de oferecer à população com diabetes as orientações necessárias para evitar que a doença leve ao estágio de amputação dos órgãos.

Além do médico e do PGJ, participaram da reunião o corregedor-geral do MPAL, procurador de Justiça Maurício Pitta; a promotora de Justiça Micheline Tenório (Saúde); a promotora Cecília Carnaúba (Fazenda Estadual); o promotor de Justiça Luciano Romero (Saúde); e o professor Aldemar Araújo Castro (Uncisal).


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