ECONOMIA

Inadimplência das famílias alagoanas aumenta 29% em um ano

Aumento nas contas em atraso pode ser atribuído ao uso predominante do cartão de crédito
Por Redação 21/06/2024 - 16:04

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© Marcello Casal Jr-Agência Brasil
Percentual de famílias incapazes de pagar suas dívidas praticamente dobrou
Percentual de famílias incapazes de pagar suas dívidas praticamente dobrou

O Instituto Fecomércio AL, em parceria com a CNC, divulgou dados alarmantes sobre a inadimplência das famílias alagoanas, indicando um aumento significativo de 29% em comparação ao ano anterior. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o percentual de famílias incapazes de pagar suas dívidas praticamente dobrou, saltando de 5,4% em maio de 2023 para 11% em maio de 2024.

O aumento nas contas em atraso pode ser atribuído ao uso predominante do cartão de crédito, utilizado por 97% das famílias no último mês. A prática de acumular parcelas de diferentes meses, somada aos altos juros que chegam a 400% ao ano, tem impactado severamente o orçamento das famílias de renda mais baixa. Outros métodos de endividamento mencionados foram o carnê, com 19%, e o cheque especial, com 0,5%.

Economistas como Francisco Rosário, consultor do Instituto Fecomércio AL, alertam para os riscos dessa situação. Embora o endividamento seja um componente natural em economias saudáveis, a inadimplência pode desencadear instabilidade e crises econômicas. A expectativa para o restante do ano é de uma possível redução da inadimplência, especialmente devido à nova legislação que limita os juros do rotativo do cartão de crédito a 100%.

Em relação ao endividamento em si, houve uma redução na quantidade de famílias sem dívidas em comparação a maio do ano anterior, enquanto cresceu o número daquelas com menos ou mais dívidas. Programas governamentais e a redução da taxa Selic ao longo de 2023 são fatores que podem ter contribuído para essa dinâmica.

No contexto de 2024, observa-se um aumento marginal no número de famílias muito endividadas, o que pode potencializar o risco de inadimplência, especialmente para aquelas com renda de até 10 salários mínimos. Apesar do crescimento do endividamento, a taxa de inadimplentes em Alagoas aumentou a uma taxa mensal inferior à do endividamento, indicando certa contenção.

A pesquisa revela ainda que o percentual de famílias alagoanas com contas em atraso cresceu a uma taxa mensal de 5,3%. O poder de compra das famílias de menor renda pode estar sendo afetado pela persistente inflação dos alimentos desde 2023, enquanto as de maior renda tendem a ter acesso facilitado ao crédito com taxas mais vantajosas.

Em um ano, o número de famílias de até 10 salários mínimos incapazes de pagar suas dívidas dobrou, alcançando 12% em maio de 2024. Por outro lado, na faixa superior a 10 salários mínimos, esse percentual permaneceu estável em 0% nos últimos meses. Apesar dos desafios, Alagoas se destaca nacionalmente com uma das menores taxas de famílias endividadas, posicionando-se como o segundo estado com menos endividados, perdendo apenas para o Mato Grosso do Sul (MS). No entanto, é o 17º em número de famílias inadimplentes e o 11º em famílias sem condições de pagar suas dívidas, conforme a Peic de junho de 2024.

*com informações da Fecomercio


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