POLÍCIA
Entenda esquema de família que desviou R$ 7,5 mi dos cofres públicos de AL
Sete pessoas foram presas suspeitas de crimes contra a administração pública estadualSete pessoas da mesma família foram presas durante uma operação deflagrada pela Polícia Civil de Alagoas nesta terça-feira, 25. Os alvos são suspeitos de crimes contra a administração pública estadual. A investigação aponta que o grupo desviou mais de R$ 7,5 milhões dos cofres públicos.
A operação, denominada Oplatek, cumpriu sete mandados de prisão e 11 de busca e apreensão, em Maceió e Colônia de Leopoldina. Dentre os presos estão uma agente da Polícia Civil de Alagoas e dois sargentos da Polícia Militar de Alagoas.
Além das prisões, foram apreendidos sete carros, sendo três de luxo, joias, escrituras de imóveis, celulares, notebooks, relógios, ipads e maquinetas. Foram bloqueadas as contas de todos os envolvidos e sequestro de bens identificados até o momento. Segundo a Polícia Civil, a intenção é recompor o prejuízo ao erário.
A investigação aponta que o esquema criminoso teve início em 2014 e que a agente da Polícia Civil comandava o esquema que desviou recursos destinados ao custeio do ticket alimentação da própria corporação. De acordo com o delegado Igor Diego, a servidora atuava com a destinação de verbas de alimentação dos policiais, quando encontrou uma "brecha no sistema" e começou a desviar o dinheiro.
"Ela assumiu e confessou que desde 2014 verificou que existia a possibilidade de cadastrar os parentes. Inicialmente, eles recebiam os valores normais de qualquer servidor da Polícia Civil [cerca de mil reais], no entanto, ela foi ganhando confiança ao longo dos anos sem que essa prática tenha sido descoberta e, a partir de 2020, passou a aumentar esses valor, ao ponto de que agora, em 2024, cada parente estava recebendo cerca de 40 mil reais", detalhou o Igor Diego.
Os suspeitos, se indiciados, irão responder pelos crimes de organização criminosa, peculato, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e inserção de dados falsos em sistema de informação. Juntas, as penas podem ultrapassar 44 anos de prisão.
As investigações foram realizadas pelas equipes da da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), coordenadas pelos delegados Igor Diego, Sidney Tenório e João Marcello. Todos os mandados foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital.