julgamento

Acusado monitorava Maria Aparecida por meio de câmeras instaladas em casa

Alison José Bezerra é acusado de matar a esposa com 14 facadas; julgamento ocorre no Barro Duro
Por Redação 06/08/2024 - 09:45

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Reprodução/Instagram
Advogada Maria Aparecida Bezerra, morta com 14 facadas pelo próprio marido
Advogada Maria Aparecida Bezerra, morta com 14 facadas pelo próprio marido

O julgamento de Alison José Bezerra da Silva, acusado de matar sua esposa, Maria Aparecida da Silva Bezerra, em julho de 2022, acontece nesta terça-feira, 6, no Fórum da Capital, localizado no Barro Duro, em Maceió. O processo, presidido pelo juiz Yulli Roter, teve início às 8h. 

Maria Aparecida, de 54 anos, foi assassinada dentro de sua residência no bairro Antares, em Maceió. Após o crime, Alison Bezerra tentou tirar a própria vida com facadas no pescoço e no tórax, mas foi socorrido e sobreviveu após passar por cirurgia no Hospital Geral do Estado (HGE). Ele foi detido após receber alta médica.

De acordo com o laudo pericial, a vítima sofreu 14 facadas, distribuídas pelo pescoço, tórax, seios e abdômen. O acusado utilizou duas facas tanto para cometer o crime quanto para tentar o suicídio. O promotor de Justiça, Antônio Vilas Boas, chamou a irmã da vítima para depor. Cleonice das Dores da Silva relatou que a família nunca aceitou o relacionamento, descrevendo Alison como um homem controlador e violento desde o início. 

Familiares e amigos calam por Justiça
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Ainda segundo o depoimento, Alison monitorava Maria Aparecida por meio de câmeras instaladas em casa, chegando a colocar dispositivos de vigilância até no escritório da esposa para ouvir suas conversas com clientes. Revelou que Alison impedia visitas da família e até da cuidadora da mãe de Aparecida, que morava no andar de baixo da casa.

A irmã de Maria Aparecida contou também que a vítima estava vivendo em constante medo, temendo por sua vida. Três dias antes de ser assassinada, Aparecida fugiu para a casa da irmã, com os olhos inchados, mas se recusou a falar sobre o que havia ocorrido.  Além disso, os filhos do casal eram proibidos de se aproximar da família materna e frequentemente testemunhavam o comportamento abusivo do pai, que chamava Aparecida de “vagabunda” e outros insultos.

O relacionamento, que durou 17 anos, foi descrito pela irmã da vítima como marcado por dependência emocional e ameaças. Outra revelação feita durante o julgamento foi a de que Alison mantinha um relacionamento extraconjugal. A irmã de Aparecida disse que descobriu a infidelidade há cinco anos, mas preferiu não contar para a vítima. 

Cleonice acredita que a vítima morreu sem saber com certeza, embora tivesse encontrado áudios comprometedores do marido com outra mulher, o que teria provocado uma agressão por parte de Alison. Alison Bezerra está sendo julgado por homicídio triplamente qualificado, incluindo motivo torpe, meio cruel e feminicídio.

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