Epidemia
Dengue: Alagoas tem aumento de 200% no número de casos em 2024
Estado contabiliza 8,3 mil casos confirmados e 13 óbitos pela doença este anoProfissionais da saúde já consideram epidemia a alta incidência de casos de dengue em Alagoas. A doença já foi confirmada em 11,4 mil pessoas e outras 8,3 mil que apresentaram sintomas ainda são casos em investigação este ano, até o último dia 3 de agosto. Quando comparado ao mesmo período de 2023, o número de casos de dengue na população representa um aumento de mais de 200%. No primeiro semestre do ano passado o número de casos confirmados chegou a 3,2 mil.
No boletim epidemiológico mais recente, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), a dengue ceifou a vida de 13 pessoas. As mortes ocorreram nos municípios de Atalaia (1 caso), Viçosa (1), Porto de Pedras (1), Rio Largo (1), Maceió (4), União dos Palmares (1), Murici (1), Craíbas (1), Teotônio Vilela (1) e Arapiraca (1).
O Estado ainda investiga a se a ocorrência de outros 21 óbitos tem relação com a doença nos municípios de Boca da Mata (1), Porto Calvo (1), Atalaia (2), Piaçabuçu (1), São José da Laje (2), Maceió (4), Pão de Açúcar (1), Arapiraca (1), São José da Tapera (1), União dos Palmares (1), Porto Real do Colégio (1), Pilar (1), Matriz do Camaragibe (1), Delmiro Gouveia (1), Belo Monte (1) e Poço das Trincheiras (1).
A vacina contra a dengue está sendo ofertada apenas em 12 municípios da 1ª região de saúde para a população entre 10 a 14 anos em Maceió, Flexeiras, Messias, Barra de Santo Antônio, Paripueira, Rio Largo, Satuba, Santa Luzia do Norte, Coqueiro Seco, Marechal Deodoro, Barra de São Miguel e Pilar.
O Brasil já contabiliza 5.008 mortes por dengue em 2024. O número é mais de quatro vezes superior ao registrado ao longo de todo o ano anterior, quando foram notificados 1.179 óbitos pela doença. Há ainda 2.137 mortes em investigação pela doença. Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses indicam que o país contabiliza 6.449.380 casos prováveis de dengue. O coeficiente de incidência da doença, neste momento, é de 3.176,1 casos para cada 100 mil habitantes e a letalidade em casos prováveis é de 0,08.
Todo indivíduo que apresentar febre (39°C a 40°C) de início repentino e apresentar pelo menos duas das seguintes manifestações - dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos – deve procurar imediatamente um serviço de saúde, a fim de obter tratamento oportuno. No entanto, após o período febril deve-se ficar atento. Com o declínio da febre (entre 3° e o 7° dia do início da doença), sinais de alarme podem estar presentes e marcar o início da piora no indivíduo.
Esses sinais indicam o extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias, sendo assim caracterizados:
dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;
vômitos persistentes;
acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
hipotensão postural e/ou lipotímia;
letargia e/ou irritabilidade;
aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia) > 2cm;
sangramento de mucosa; e
aumento progressivo do hematócrito.
Passada a fase crítica da dengue, o paciente entra na fase de recuperação. No entanto, a doença pode progredir para formas graves que estão associadas ao extravasamento grave de plasma, hemorragias severas ou comprometimento de grave de órgãos, que podem evoluir para o óbito do indivíduo.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém indivíduos com condições preexistentes com as mulheres grávidas, lactentes, crianças (até 2 anos) e pessoas > 65 anos têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença.