O policial civil Eudson Oliveira de Matos, preso nesta segunda-feira, 2, por participação no assassinato do empresário Kleber Malaquias, ocorrido em julho de 2020, em Rio Largo, já estava sob investigação do órgão ministerial por suspeita de fraudar o concurso da Polícia Civil realizado em 2023.

Conforme o Ministério Público Estadual de Alagoas, Eudson é suspeito de atuar como intermediário entre o mandante e os executores do crime contra o empresário, oferecendo apoio logístico. As evidências incluem registros bancários e de chamadas, além de dados de geolocalização.

Ainda segundo as investigações, que contaram com o apoio da Polícia Federal, foi revelada uma comunicação frequente entre o policial e outros envolvidos, como Jefferson Roberto Serafim da Rocha, que foi despronunciado pelo Tribunal de Justiça, além de Fredson José dos Santos, Edinaldo Estevão de Lima e José Mário de Lima Silva.

Preso nesta segunda-feira, Eudson já estava sendo investigado pelo Ministério Público de Alagoas desde outubro de 2023 por um crime diferente: uma suposta fraude no concurso para delegado da Polícia Civil de Alagoas. A denúncia foi feita pelo delegado Fábio Costa, após a detecção de um dispositivo eletrônico em sua posse durante a prova.

O CEBRASPE, responsável pela organização do concurso, eliminou Eudson do certame. No entanto, a Corregedoria-Geral da Polícia Civil ainda não encontrou elementos suficientes para afastá-lo de suas funções, mesmo com as suspeitas.

No caso Kleber Malaquias, o MPAL indica que no dia 19 de setembro, três outros acusados, Fredson José dos Santos, Edinaldo Estevão de Lima e José Mário de Lima Silva, enfrentarão júri popular em Maceió. Fredson é acusado de ser o executor do crime, enquanto José Mário e Edinaldo são considerados cúmplices. O MPAL busca a condenação dos três por homicídio qualificado com promessa de recompensa.

Dia do crime

A vítima, que evitava sair de casa por temer pela sua segurança, foi atraída para um posto de gasolina no dia do crime, por volta de 10h30, a convite de Edinaldo Estevão de Lima, que havia sido instruído por José Mário de Lima Silva. Eles ficaram um tempo no local e, por volta das 14h, foram para o Bar da Buchada.

Uma hora depois, Kleber pediu a conta e se dirigiu ao banheiro, sendo seguido por Fredson José dos Santos. No local, o autor do crime disparou contra a vítima.

Apesar de o homicídio ter ocorrido em Rio Largo, o julgamento será em Maceió como forma de garantir a imparcialidade na decisão dos jurados e também pelo temor das vítimas indiretas do crime caso o julgamento fosse realizado em Rio Largo.