kit de robótica
Assessor de Lira tenta resgatar dinheiro de operação, diz jornal
Ministro quer que investigados provem a origem da quantia apreendidaO Supremo Tribunal Federal (STF) está analisando pedidos de investigados para reaver valores apreendidos durante as investigações sobre a compra suspeita de kits de robótica. A operação, que envolve pessoas próximas ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi arquivada em setembro do ano passado pelo ministro Gilmar Mendes, que anulou as provas e determinou a devolução de bens como automóveis e computadores. No entanto, a quantia em espécie encontrada pela polícia permaneceu bloqueada.
A informação é do jornal Folha de S.Paulo, publicada na noite de sexta-feira, 20. Entre os que solicitaram a devolução do dinheiro estão um assessor de Lira, Luciano Cavalcante, sua esposa Gláucia Cavalcante, e o motorista do casal, Wanderson de Jesus. Eles pediram a restituição de mais de R$ 250 mil apreendidos em malas durante a Operação Hefesto, da Polícia Federal, em 2023. Além deles, o policial civil e empresário Murilo Sérgio Juca Nogueira Junior, que teve cerca de R$ 3,5 milhões e US$ 24 mil apreendidos em um cofre, também ingressou com pedido semelhante.
Gilmar Mendes negou as solicitações, alegando que há dúvidas sobre a origem lícita do dinheiro. O ministro determinou que os interessados deverão comprovar a legalidade dos recursos por meio de ação civil. O bloqueio dos valores permanece até que a titularidade das quantias seja confirmada. A decisão inicial de Gilmar Mendes está sendo discutida pela Segunda Turma do STF, composta pelos ministros Kassio Nunes Marques, André Mendonça, Dias Toffoli e Edson Fachin.
O caso ganhou repercussão em abril de 2022, quando a imprensa revelou indícios de fraude na compra dos kits de robótica por municípios de Alagoas. Os contratos, que somaram R$ 26 milhões, foram firmados com a empresa Megalic, ligada a aliados políticos de Lira, e foram adquiridos com verbas de emendas de relator.