Cinco influenciadores de Maceió, investigados na Operação Game Over, tiveram bens como carros de luxo, dinheiro e uma lancha devolvidos. Segundo a Polícia Civil, eles firmaram acordos de colaboração premiada, confessaram crimes e se comprometeram a auxiliar nas investigações. A devolução ocorreu em troca de não serem denunciados pelo Ministério Público.

A investigação foi encerrada pela Polícia Civil na sexta-feira, 18, e os termos do acordo foram homologados pelo Colegiado de Juízes da 17ª Vara Criminal de Maceió. A operação, deflagrada em junho, revelou um esquema de promoção ilegal de jogos de azar online, no qual os influenciadores utilizavam sua popularidade para atrair seguidores.

Reparação das vítimas e destinação dos recursos

Parte do patrimônio dos influenciadores foi destinada à criação de um fundo de ressarcimento superior a R$ 1 milhão. Os bens entregues, como veículos e imóveis, servirão para compensar prejuízos das vítimas e o pagamento de multas ao Estado.

'Jogo do tigrinho' e a operação Game Over

A investigação revelou que os influenciadores promoviam cassinos online proibidos no Brasil, como o "jogo do tigrinho". Esses jogos eram amplamente divulgados em suas redes sociais, levando muitos a perdas financeiras. A operação teve como alvo a rede clandestina de apostas promovida por essas figuras.

Impacto Social e Legal

A colaboração dos influenciadores permitiu à Polícia Civil expandir e modernizar suas operações. Segundo o delegado, os acordos de colaboração trouxeram recursos tanto para reparação das vítimas quanto para o aprimoramento da estrutura policial.

"O acordo resultou no pagamento de multa ao Estado por meio de doação de bens e equipamentos e construção de uma sede para a Delegacia de Estelionatos em Maceió, recentemente criada pelo governo do Estado e que foi a responsável pela deflagração da Operação Policial”, frisou o delegado Lucimerio Campos, titular da Delegacia de Estelionato

Paulinha e Ygor Ferreira

Segundo a Polícia Civil de Alagoas, Ygor Ferreira, marido de Paulinha, seria o chefe da organização que convidava as pessoas para divulgar o "jogo do tigrinho", mesmo que ele não divulgasse a plataforma.

A investigação mostrou que influenciadores digitais recebiam dos intermediadores contas viciadas, programadas para ganhar, e desta forma incentivar seus seguidores a fazerem apostas. Os intermediadores também davam orientações sobre como fazer as publicações nas redes sociais.

Paulinha e Ygor Ferreira chegaram a ser presos, mas foram liberados após audiência de custódia. A investigação aponta que o casal obteve informações vazadas sobre a operação "Game Over" e fugiu para Dubai dias antes do cumprimento dos mandados de busca e apreensão na residência em Marechal Deodoro. O casal negou a fuga, justificando que teria viajado a trabalho.

A operação bloqueou as contas dos investigados e os proibiu de sair do país. Foram apreendidos passaportes e bens de Paulinha, sendo eles quatro veículos: um Corvette - avaliado em R$ 1,4 milhão - e uma Pajero, ambos localizados no estacionamento do Aeroporto Zumbi dos Palmares. Outros dois foram apreendidos durante os mandados de busca, na residência dos investigados.