Lágrimas de Sal
PF indicia 20 acusados por crimes na extração de sal promovida pela Braskem
Operação concluída aponta crimes cometidos durante a mineração que destruiu cinco bairros em MaceióA Polícia Federal (PF) anunciou nesta sexta-feira, 1º de novembro, ter encerrado o inquérito policial que foi instaurado para investigar crimes relacionados à exploração de sal-gema pela Braskem e seus colaboradores em Maceió. Pelo menos 20 pessoas foram indiciadas em cinco crimes: ambiental, dano ao patrimônio público, usurpação de bens públicos federais, falsidade ideológica e falso testemunho. Os nomes dos indiciados não foram revelados, segundo a PF, porque o processo corre em segredo de justiça.
Os autos do inquérito foram encaminhados ao Juízo da 2ª Vara Federal de Alagoas para as providências cabíveis e para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investigou o caso.
O inquérito deu surgimento à operação Lágrimas de Sal, desencadeada pela Polícia Federal em dezembro de 2023 e que teve várias fases. Na primeira, as informações revelaram indícios de que relatórios e laudos topográficos da Braskem contendo dados total ou parcialmente falsos foram apresentados às entidades fiscalizadoras, com a finalidade de ocultar o processo de subsidência ou afundamento dos bairros em andamento.
Na ocasião, os suspeitos estavam sendo investigados pelos crimes de poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, inclusive por omissão, entre outros delitos, conforme a participação de cada um nos fatos apurados.
O nome da operação - Lágrimas de sal - foi adotado em referência ao sofrimento imposto à população pelas atividades de exploração de sal-gema, que forçaram mais de 60 mil pessoas abandonarem residências e empresas devido ao risco decorrente da instabilidade do solo nos bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol.