CONFIRA
Técnicos lançam 2ª edição de livro sobre a tragédia da Braskem em Maceió
Obra organizada pelo economista Elias Fragoso será lançada na terça-feiraEm uma nova roupagem recheada de informações e fatos inéditos que abordam desde o discurso apontando o sal-gema como a redenção econômica de Alagoas, uma tremenda fake news segundo os autores, passando pela violação da legislação ambiental, a atuação duvidosa de órgãos federais que deveriam defender a população e cobrar pelos danos ambientais, a CPI que nada ajudou a desvendar os capítulos subterrâneos do caso Braskem, além de outros aspectos importantes e graves. O economista e organizador Elias Fragoso coordena o lançamento na próxima terça-feira, 12, da segunda edição do livro Caso Braskem: Rasgando a cortina de $ilêncios – O lado B da exploração do sal- gema de Maceió. O lançamento será na livraria Leitura no Parque Shopping, em Cruz das Almas a partir das 19:30 horas.
Nas 358 páginas dessa segunda edição, o prof. Elias Fragoso, economista, professor com passagem pela UFAL, CESMAC, Universidade Católica de Brasilia e UniAraguaia, além de ter ocupado diversos cargos públicos, destaca a importância da obra ,que aprofunda a discussão sobre o maior crime ambiental do planeta em área urbana, através de textos dos seus oito autores, o biólogo e ecólogo José Geraldo Marques referência mundial nas questões ambientais e representante do Brasil em eventos com esta temática por vários cantos do mundo como Israel, Irã, Portugal, Dinamarca. O professor e escritor Abel Galindo engenheiro e especialista em geotecnia com trabalhos publicados em revistas nacionais de referência internacional e um dos precursores na denúncia da construção tecnicamente errada das minas que levaram ao desastre que destruiu parte significativa da área urbana de Maceió.
A obra tem participação ainda do professor da Universidade Estadual de Alagoas, Edson Bezerra, doutor em sociologia e mestre em antropologia cultural; do advogado e escritor Cláudio Vieira especialista em direito constitucional (que será homenageado in memoriam); do advogado e químico industrial Alder Flores com especializações em direito ambiental, auditoria ambiental atuando no serviço público municipal e estadual como gestor, sempre na área ambiental. A arquiteta e urbanista alagoana Isadora Padilha com passagem pela presidência do Instituto de Arquitetos do Brasil e atualmente desenvolve um projeto envolvendo os bairros comprometidos pelo crime da Braskem e autora da proposta que, se implementada, poderá revolucionar urbanisticamente a capital de Alagoas.
Essa segunda edição tem ainda a participação do jornalista Weiller Diniz, especialista em cobertura política que acompanhou de perto a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem e da jornalista Wanessa Oliveira mestra em sociologia que faz um apanhado geral do drama econômico, político, social provocado pela Braskem e dos seus tentáculos que asfixiam toda e qualquer iniciativa pro Maceió e pro afetados.
Se nos textos, a empresa é comparada em vários momentos a um dragão de várias cabeças da mitologia grega, ou um polvo com seus vários tentáculos, os autores mergulham nesses tentáculos e mostram a profundidade do crime ambiental, com dados econômicos como por exemplo o percentual de empregos que a Braskem representa para o estado - apenas 0.14% do total de vagas ocupadas de Alagoas.
Com fotos, documentos, gráficos, relatórios, pesquisas e outros materiais importantes, os autores trazem pra sociedade o que, segundo eles, estava escondido por detrás de uma cortina de silêncios.
No adendo que faz à primeira edição, Elias Fragoso destaca que “ nada foi feito pelas autoridades “coniventes e acoloiadas” para resolver a situação das 140 mil pessoas afetadas diretamente pelo evento, como também em relação a “presença ilegal, criminosa e ameaçadora de um complexo químico de alta periculosidade dentro de nossa cidade ameaçando potencialmente a vida de outras 150 mil pessoas que vivem, trabalham ou estudam no entorno do perímetro da Braskem”..
Ainda no mesmo texto, Elias Fragoso ressalta que, por ser uma das maiores empresas do mercado Cloroquimico mundial, a mineradora sente-se à vontade para “cometer suas aberrações em Maceió arrastando o apoio indecente de instituições do executivo, do legislativo e do judiciário que operam contra os interesses de Maceió”. O livro, analítico, critico e propositivo é deveria se tornar leitura obrigatória dos alagoanos e nas escolas para que as novas gerações possam tomar ciência com o objetivo de impedir que novas tragédias semelhantes aconteçam.
Serviço:
Local do lançamento do livro: livraria Leitura, no parque shopping
Data: 12.11.24 (terça-feira)
Hora: 19h30