REIVINDICAÇÃO SALARIAL
Polícia Científica: 20 servidores pedem exoneração e travam IML de Maceió
Decisão afeta atividades essenciais também no Instituto de CriminalísticaA recusa do governo do estado em abrir um canal de negociação levou 20 servidores da Polícia Científica de Alagoas a pedirem exoneração dos cargos de chefia. A categoria, que não é beneficiada por reajuste salarial há 10 anos, reivindica a incorporação da Bolsa Qualificação na classe inicial de cada cargo e também a correção do percentual de interstício de dispersão entre as classes das carreiras, igualando às outras categorias da Secretaria de Segurança Pública.
O pedido de exoneração foi efetivado por 8 profissionais do Instituto de Criminalística e 12 do Instituto Médico Legal. A tendência é que outros profissionais entreguem os cargos de chefia no decorrer desta semana. A decisão pode implicar em atraso na oferta de serviços dos órgãos à população.
A decisão dos servidores que oficializaram a entrega foi oficializada em ato realizado no Instituo Médico Legal. O vice-presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais de Alagoas, Victor Cavalcante, informou que apesar de terem realizado uma paralisação de 48 horas, entre quinta e sexta-feira da semana passada, o governo continua ignorando o pleito dos servidores.
“Apesar da paralisação que realizamos, como advertência, o governo continua sem atender nossas reivindicações, principalmente a questão da incorporação da Bolsa Qualificação, prevista para ser encerrada em fevereiro de 2025”, frisou o sindicalista.
Com a entrega dos cargos de chefia poderá ocorrer atraso em serviços prestados à população, como realização de exames e liberação dos corpos e equipamentos, uma vez que não haverá profissionais para autorizar os procedimentos. Além de existirem carências de equipamentos básicos de segurança, como luvas e máscaras adequadas, Victor Cavalcante afirmou que entende os transtornos que a medida causará à sociedade, mas a situação dos servidores está insustentável.
Desde 2023 o processo para conceder as reivindicações dos profissionais está em tramitação e passou por todos os órgãos para aprovação, mas o governo não apresentou disposição em negociar com os servidores. No encontro, realizado semana passada com a secretária da Fazenda, Renata dos Santos, não houve avanços.
A Bolsa Qualificação foi concedida como um benefício temporário e a promessa de ser incorporada aos salários. Ela será encerrada em fevereiro do próximo ano e, trará prejuízo aos servidores, que terão uma redução em seus salários.
Ilegalidade da Paralisação
Sobre a ilegalidade da paralisação decretada pelo desembargador Carlos Cavalcanti de Albuquerque, Victor Cavalcante, disse que o sindicato não tinha recebido a notificação. "Seguimos todos os procedimentos dentro do que prevê a constituição, mantendo os 40% das atividades, percentual acima do mínimo previsto pela legislação”, finalizou.