MAUS-TRATOS

Maria Katharina: pai da menina achada enforcada tem prisão decretada

Decisão de juíza leva em consideração os castigos severos praticados pelo homem contra a menina
Por MPAL 18/12/2024 - 14:24

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Divulgação
Corpo de Maria Katharina foi encontrado no estábulo da propriedade da família
Corpo de Maria Katharina foi encontrado no estábulo da propriedade da família

Poderia ter sido uma criança feliz, mas a proteção foi substituída por abandono e maus-tratos que afetaram psicologicamente Maria Katharina Simões da Costa, de apenas 10 anos, levando-a a cometer o suicídio, por enforcamento, fato ocorrido na cidade de Palmeira dos Índios, em 8 julho de 2024. 

Apuradas as informações acusatórias e diante da constatação dos fatos, o Ministério Público de Alagoas (MPAL), por meio da Promotoria de Justiça local, tendo como titular o promotor de Justiça Luiz Alberto de Holanda Paes Pinto, ofertou denúncia contra o genitor da vítima e sua prisão preventiva foi decretada pala juíza Bruna Fanny Oliveira Lemos.

Na decisão, a magistrada ressalta a acusação feita pelo Ministério Público de que o pai de Maria Katarina, ao contrário do preconiza a Constituição Federal sobre o dever da família em relação a crianças e adolescentes, promoveu, por diversas vezes, castigos severos co emprego de violência, causando sofrimento no ambiente familiar.

“Apuramos que, em decorrência do sofrimento e dos maus-tratos, a criança não suportou e foi induzida ao suicídio. Um fato aterrorizante, pois a vítima tinha apenas 10 anos. Comprovadamente, o pai era violento, como é sabido, ao ponto de deixá-la pernoitar no estábulo, ao relento, sem a menor proteção. O Ministério Público entende que ele não pode ficar impune e quer, apenas, que ele seja responsabilizado pelos crimes cometidos”, declara o promotor de Justiça Luiz Alberto.

O caso

No dia 8 de julho de 2024, a criança foi encontrada enforcada no estábulo de propriedade pertencente à família, em Palmeira dos Índios. M aria Katharina, de 10 anos, ainda foi socorrida e levada até à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, no entanto foi constatado que teria entrado em óbito.

"Os peritos constataram que era possível a menina ter amarrado a corda e ter cometido o suicídio sozinha. Não foram identificadas lesões de defesa nem sinais de luta no corpo da criança. No local não havia indícios que apontassem a participação de uma terceira pessoa", informou Diogo Martins, chefe de operações da delegacia regional.

O corpo foi necropsiado pela Polícia Científica do Instituto Médico Legal (IML), de Arapiraca que atestou morte por enforcamento. A informação chegada à Promotoria de Justiça de Palmeira dos Índios é a de que o denunciado está foragido.


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